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terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Pulso, pulsa?

Puxa, faz tempo que não escrevo. Well, tentarei ser mais fiel a este espaço que nasceu com o objetivo de expressar minhas opiniões sobre o dia a dia e de alguma forma ser útil para quem o ler.
E atendendo a inúmeras cobranças de um leitor, (não é a mamãe) aqui irão algumas linhas sobre a questão de "Pulso".

Afinal o que é ter "Pulso"?

No livro "O Príncipe" de Maquivel temos a seguinte citação: "...se é melhor ser amado que temido ou o inverso. Dizem que o ideal seria viver-se em ambas condições, mas, visto que é difícil acordá-las entre si, muito mais seguro é fazer-se temido que amado." Em outras palavras podemos concluir que ter Pulso é ser temido.

Será que é possível ter Pulso e ser amado? Eu entendo que não. Na minha opinião ter Pulso como representação de força e marcação de autoridade é acima de tudo uma grande ilusão.

Vejamos alguns líderes, podemos dizer de "Pulso", que surgiram na Segunda Guerra. Sem citar nomes, mas todos eram de Pulso Forte e praticamente todos ao final da guerra estavam derrotados.

Em tempos mais atuais e para continuar provocando a reflexão sobre Pulso vejam só o destaque de manchete da ESPN no início deste ano na saída do Luxemburgo do Flamengo: "Luxemburgo reclama de processo de fritura e diz que faltou pulso à diretoria do Flamengo".

Pergunto: O Pulso, pulsa? O que é ter Pulso? Ter Pulso garante que os fatos acontecerão conforme sua vontade?

Sinto muito em responder: O Pulso não pulsa. Não existe Pulso. E se você acha que tem Pulso e que isso garante a realização dos fatos conforme sua vontade, aí então, pare tudo o que estiver fazendo e procure um analista. Seu nível de frustração atingirá patamares para transformar sua vida num constante transtorno.

E aqui vou me valer da chamada licença poética e incluir um trecho de Freud, na reflexão: De que adianta você ter pulso ou acreditar que o tenha sobre algo se de repente: "a terra treme, se fende e soterra tudo que é humano e obra do homem; a água, que, em rebelião, inunda e afoga tudo; a tempestade, que sopra tudo para longe; aí estão as doenças, que apenas há pouco tempo reconhecemos como sendo ataques de outros seres vivos; por fim, o doloroso enigma da morte, para o qual até agora não se descobriu nenhum remédio e provavelmente nunca se descubra."

A vida nos impões provações e creio que a sensação é que tais provações nos fazem na prática e perder o controle, eu diria mais do que isso, na prática nos revela que não há como exercer o controle.

E a essa realidade, que de forma inconsciente, praticamos atos como uma reação, que seriam para nós a efetivação do "Pulso". E como uma droga em nosso cérebro, vem aquela sensação de bem estar... estou no comando.

Pura ilusão.

O que faz a vida valer a pena é essa constante incerteza quanto ao momento seguinte.

Você poderá ser uma pessoa que interferirá ou que servirá de parâmetro para alguém conhecido, da sua família, filhos até, e também de desconhecidos, mas nunca haverá alguém seja quem for que terá seguido a vida conforme sua vontade.

A natureza humana de cada indivíduo não permite isso.

Portanto, se você acha o "Tal" e que tem "Pulso Firme" e que tudo vai acontecer como você e seu Pulsinho acham que vai acontecer, faça o seguinte: me ligue daqui uns cinco anos e ao som do mar, tomando uma água de côco, vou perguntar: "Ei, você não leu a minha postagem: O Pulso, pulsa?"



2 comentários:

  1. Parabéns pelo texto Silvio, no decorrer dele comecei a me lembrar de algumas pessoas que conheço e convivo e usei meu pulso tendões e dedos para indicar o link de seu blog pra eles hehe.
    Grande abraço!

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  2. Excelente reflexão, eu acho que "ser amado" é melhor do que ser temido, pois o amor traz consigo o respeito e a cumplicidade, mas mesmo a opção de sermos amados ou sermos temidos nos torna vulneráveis, porque sempre teremos as variáveis externas, sejam das pessoas, da natureza e até divina, enfim não teremos e não faremos TUDO exatamente como queremos. O poder não está nas mãos dos homens!
    Amei o Blog!!!

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