Seja Bem Vindo

Este blog tem por objetivo expressar opinões, sentimentos, conselhos e emoções, como se estivesse conversando com amigos em um café ou em um descontraído boteco.

domingo, 31 de março de 2013

Feliz Páscoa em 2013






Neste domingo 31/03/13 comemoramos a Festa Cristã de Páscoa com a celebração da Ressurreição de Jesus Cristo, muito embora o evento ressurreição é uma coincidência de datas, pois a Festa de Páscoa antecede o Cristianismo.

Na sua origem a Páscoa celebra a libertação e fuga do Egito do povo Judeu. Neste celebração está a conhecida travessia do Mar Vermelho. (Êxodo, 14, 21) “Moisés estendeu a mão sobre o mar. O Senhor fê-lo recuar por um vento impetuoso vindo do oriente, que soprou toda noite.

Aliás, em tempo, cientistas já elaboraram diversos estudos para avaliar se a passagem era possível ou não, e alguns afirmam tal passagem ter sido possível, confirmando assim um fato descrito nas escrituras como algo cientificamente possível.

Mas, aqui não é lugar para discussão da ciência e sim do pensamento. Assim, voltando, temos esta data como uma Festa para comemorar a fuga e libertação, antes do Cristianismo e a Ressurreição após o Cristianismo.

A religião Católica Apostólica Romana é uma das que destacam e promovem essa data em seu calendário e com um detalhe que por vezes se passa despercebido: após a ressurreição a nova vida de Cristo foi diferente da sua vida anterior.

Então posso concluir que nesta data temos a comemorar a fuga, libertação e renovação da vida.

Em resumo somos convidados não somente a celebrar a possibilidade, mas sermos questionados se não é uma boa hora para tentar uma nova vida.

Eu acredito que não é apenas uma celebração, mas uma provocação. Em que pese, a Igreja Católica ter entre suas orações o Creio ou Credo onde proferimos “Creio na vida eterna, na ressurreição dos mortos.”

Mortos... em sentido figurado podemos conceituar como sendo a  situação que nos encontramos quando não estamos bem, não estamos felizes, não estamos alegres ou entusiasmados, sendo a única solução a fuga, a libertação a ressurreição.

Assim, fica evidente que não é necessário morrer para ressuscitar. Com isso o convite da Páscoa como a celebração da “Passagem”. Se você está escravo e sem vida então esta data é um convite a sua reflexão se não é hora de você ressuscitar.

Não precisamos morrer para ter essa oportunidade.

Mas, filosofias a parte, a Páscoa para a minha vida em particular tem o sentido de passagem e até de renovação. Sob o ponto de vista sentimental tenho tantas boas alegrias nesta data quanto no Natal, Reveillon e meu aniversário.

Lembro de boas Páscoas que tive, destacando a formalização do meu noivado em 1984, marcando o início de uma nova vida para mim, e de outras que tive, como também a deste ano, onde fui provocado a novas reflexões e a novas renovações.

Também lembro com muito carinho de um amigo do meu pai, o Sr Menucci que tratava a mim e meus irmãos como verdadeiros netos.

Lembro do meu pai escondendo ovos de Páscoa dados com muito carinho pelo Sr Menucci. Pessoa 
especial que hoje a muitos anos é Anjo e de sua esposa tenho como marcante a afirmação: “Com o Menucci só tive grandes alegrias e boas esperanças.” Dona Lídia uma Anjo na Terra para a qual devo muito carinho e deixei o tempo atrapalhar nosso relacionamento.

Me recordo de outras boas Páscoas, com a minha moça filha, então criança procurando seus doces escondidos pelo “Coelhinho”.

Eu escondia tão bem que uma dessas Páscoas a minha esposa procurando o seu ovinho encontrou uma largatixa atrás de uma de nossas almofadas.  Foi um grande susto seguido de boas gargalhadas.

Enfim, mesmo sem perceber todas as Páscoas em minha vida o convite a renovação sempre esteve presente, algumas eu percebi, outras não.

A deste ano, é sem dúvida uma das Páscoas mais felizes da minha vida. Me faz refletir sobre uma rara de profunda tristeza. Misteriosa e emocionante. Sem uma resposta lógica dentro dos preceitos cristãos, porém transcedente de religião, talvez tenha sido a principal da minha vida. A que continha uma mensagem , a qual eu não soube ler a época, com um forte convite a mudança e renovação.

O meu abraço a todos, espero que nos festejos desta data, independente de sua religião , meu leitor amigo tenha entendido o convite a mudança e ressurreição oferecido por esta data.

  • Dedico este texto a memória do Sr Aristóteles Pedro Menucci, o seu Menucci, e sua esposa Dona Lídia.
  • Foto: do J.B. o mais novo integrante da família. Presente de Páscoa que recebi da minha querida filhota.
  • Citações Bíblicas: Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, 26ª Edição.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Pilatos



A sexta feira santa é marcada por uma das mais emocionantes cerimônias do cristianismo, em especial a celebrada na Igreja Católica. O momento da morte de Jesus na Cruz é um dos mais emocionantes e certamente de maior representação da força da fé Cristã, afinal depois de martírio, dor e sofrimento, Jesus vencerá a morte e ressuscitará.

Mas, pouco antes de sua condenação a morte na cruz aparece um personagem o Governador local Pilatos. Aquele que lavou as mãos e a simbologia deste ato o transformou em marca de quem não quer assumir uma responsabilidade.

Qual pecado, ou melhor, onde está o erro em não querer assumir uma responsabilidade que conscientemente você sabe que não é sua. A responsabilidade está por ai pairando nos ares e você a acolhe e a assume, sabendo que não é sua, é assim que funciona? É assim que nos comportamos? Se hoje não, então porque naquele momento deveria Pilatos assumir a libertação de Barrabás e a condenação de Cristo sem ser ele o autor dessa sentença?

A atitude de Pilatos é tão distorcida na historia permitindo liberdades poéticas como a de Ivan Lins em sua extraordinária canção “Daquilo que eu sei” onde registra: “Só não lavei as mãos e é por isso que me sinto cada vez mais limpo.”

Em rápida leitura e lembrança ao que consta nas escrituras podemos aqui inferir que Pilatos se sujou ao lavar as mãos. Em minha opinião esta é uma posição muito cômoda, pois acredito que o próprio Ivan Lins lavaria suas mãos em situação semelhante, ou seja, em situação de assumir uma responsabilidade que não é a sua.

Em Mateus 27, 24 Pilatos expõe a sua situação ao afirmar: “Sou inocente do sangue deste homem.”
A ideia aqui não é julgar Pilatos e tão pouco defendê-lo, o objetivo é destacar a incômoda situação na qual ele estava e que muitos de nós já até passamos e tomamos atitude igual. Porém no momento do cerimonial religioso o colocamos como mais um dos homens maus que contribuíram  com a crucificação de Jesus.

Contudo, há um ponto de extremamente interessante no diálogo entre Pilatos e Jesus, registrado no Evangelho de João  18, 37 “Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade, ouve a minha voz. 

Disse-lhe Pilatos: QUE É A VERDADE?...”

Nas Sagradas Escrituras não consta essa resposta. Aliás, esta parte do diálogo só está relatada por João. Não consta, em Marcos, Lucas e Mateus.

Enfim, não há registro na Bíblia de uma resposta para a pergunta de Pilatos “Que é a verdade?” E esta tem sido a principal dúvida do homem desde que descobriu sua capacidade de pensar no que o cerca. De duvidar, questionar e não simplesmente aceitar, embora isso talvez seja a tendência da grande maioria dos humanos.

O curioso é se ver não somente na posição de Pilatos, mas ter ao mesmo tempo sua dúvida. E assim mesmo, o considerar um vilão. Vilão esse que tem forma de pensar e agir semelhante a nossa.
E o que é a verdade? O famoso grupo musical brasileiro, Titãs, tem na abertura de uma de suas músicas no CD Acústico, a seguinte explanação: “Meu pai me disse para nunca mentir, mas ele esqueceu de me dizer a verdade.” Aqui fica registrada a revolta do filho com a ausência da resposta da verdade o qual esperava ter de seu pai, seu ídolo, seu líder, a sua referência de vida.

Já mencionei, de forma bem influenciada por Descartes, de que se penso, logo existo, então tudo o que penso pode ser verdadeiro. Então o que sonho também o é? Então a verdade pode ser o que eu quiser e daí transmiti-la da forma que melhor for conveniente para mim e daí para conquistar territoriais é muito mais fácil que se possa imaginar. Então imagine, o quanto os diversos governantes que temos nos colocam suas verdades.

O que é a verdade? 

É aquilo que nossos pais e avós nos transmitem? É o que nossos professores nos ensinam? É o conteúdo das propagandas políticas? É que publicam no Facebook?

Para o Professor Peter Berger em seu livro Perspectiva Sociológicas, publicado em 1963, cada geração é refém da geração anterior. Assim, cada geração que nos antecedeu transmitiu um conceito da  verdade. E a cada geração conforme os interesses a verdade foi sendo calibrada, tratada, alinhada e trabalhada. Enfim se uma verdade pode ser assim trabalhada então deixa de ser verdade.

A partir disso posso concluir que o que recebi como verdade pode não sê-la. E assim com tantas outras gerações anteriores a nossa igualmente reféns nem sabem e nunca souberam o que era verdade e o que nos transmitiram é o mesmo que transmitimos as nossas gerações sequentes, que nada mais é do que um monte de conceitos ajustados a nossos interesses e conveniências e nem um pouco comprometidos com a resposta a pergunta de Pilatos.

Para George Hegel, filósofo alemão em seu livro Introdução a História da Filosofia, publicado em 1816 destaca que o o homem demorou quase 2.000 anos para começar a pensar sobre o que o cerca.

E entendo que ainda estamos gatinhando em termos de desenvolvimento dos nossos pensamentos, pois somos escravos de gerações anteriores e como a verdade não é material é um conceito totalmente subjetivo sem experimentos que o comprovem é portanto, sujeito a ajustes de forma a atender os mais diversos interesses.

Nesse aspecto Elis Regina na canção “Como nossos pais” é contunde ao cantar: “ Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como no os nossos pais”.

A verdade, se é que ela existe, permanece sem reposta para Pilatos, para mim e para você. E a dor  é perceber que talvez essa resposta não exista e que a verdade em si também não exista.

Um abraço a todos,

Figura:  Representação de Ecce Homo ("Eis o homem"), pintura de Antonio Ciseri, representando a apresentação de Jesus Cristo por Pilatos à população de Jerusalém. Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B4ncio_Pilatos.

domingo, 24 de março de 2013

E lá se vai o primeiro trimestre de 2013




Em 31 de Dezembro de 2012 publiquei o texto Feliz 2013 onde comento sobre as reflexões e planos que fazemos no final do ano.

No texto coloco que atuaria como um vendedor atrás das metas, sendo a principal delas, ser Feliz todos os dias. Mas, acho que preciso ajustar as metas. Já se vai o primeiro trimestre e quando comecei a escrever este duvidei a acreditar que já se foram quase 90 dias de 2013, e em termos matemáticos já se foi 25% do ano.

Nos primeiros 90 dias de 2013 tive alguns felizes, mas ainda não foi dentro das expectativas de final de ano. Seria tão difícil ser feliz? Eu que já questionei a existência da felicidade, volto a perguntar: Será que ela existe mesmo? Quanto tempo o homem vive buscando ser feliz. Para muitos filósofos, poetas e compositores, entre estes o também cantor brega Odair José “Felicidade não existe o que existe na vida são momentos felizes.” (ficou curioso visite: http://letras.mus.br/odair-jose/357667/).

Então precisamos potencializar os momentos felizes e fazer com que sejam em maior quantidade que os demais momentos. Simples, não? Pois é, essa é a questão. Isso não é tão simples assim.

Por vezes questiono como conseguir estes momentos felizes se praticamente tudo o que interfere nisso não depende apenas de decisões ou escolhas próprias.

Boa parte, e talvez a maior parte da nossa vida é interferência de fatores externos. Acredito muito que nós somos levados pela casualidade dos fatos. Entendo aqui casualidade como uma sequencia de fatos fora do nosso controle e que nos carregam. Se por onde nos carregar for de nosso agrado estaremos felizes. Se contrário, não estaremos felizes.

A casualidade não vê cara, coração, merecimento, ela é imune a emoção. É um carro sem controle, anda e para, acelera e desacelera por vontade própria como um ser, porém sem vida.

Talvez o mundo seja na verdade uma sequência de casualidades na qual você faz parte e conforme o local e data do seu nascimento você já estará com toda a sua existência definida. Exceto é claro, se a casualidade resolver alterar seu destino.

A melhor forma de visualizar a casualidade é nas grandes tragédias, como a da boate Kiss, de acidentes aéreos, atentados, enfim das que registram centenas de mortes. O que todos os mortos tinham de comum? Tinham de comum a casualidade de estarem juntos no momento da tragédia. Quem entre eles era o melhor em caridade, humildade, inteligência? Quem entre eles era mais desonesto, vagabundo, ladrão? Nada disso importa, todos igualmente morreram juntos, por mera casualidade.

Sim casualidade. Cada um com a sua, mas todos com a casualidade de estarem lá, naquele dia, naquela hora, independente de suas próprias vontades, de suas habilidades, qualidades, de seus defeitos, enfim nada, absolutamente nada de seus passados bons ou maus interferiu no momento de casualmente estarem lá e morrerem todos por um capricho da casualidade. A grande dominadora de nossas vidas.

O filósofo Immanuel Kant registra “o tempo passado não está mais em meu poder, cada ação que pratico tem que ser necessária mediante fundamentos determinantes que não estão em meu poder” e conclui “jamais sou livre no momento em que ajo” e confirma “estou sempre sob a necessidade de ser determinado a agir mediante aquilo que não está em meu poder”

Então temos agora mais um fato complicador para encontrar os momentos felizes. Além de serem raros, 
nossas ações não são independentes e ainda tem uma tal casualidade fora de nossos controles.

Então será que minha meta para 2013 precisa ser revista, já que felicidade é algo assim tão difícil? Não, não vou rever minhas metas, vou é renova-las. Temos ainda mais 3 trimestres de 2013 e continuo no desejo de fazer cada dia um dia feliz. O que preciso é encontrar meios de tentar ser pelo menos um pouco independente da casualidade ou tentar fazer com que ela caminhe a meu favor.

Ainda citando Kant, “Felicidade é o estado de um ente racional no mundo para o qual, no todo de sua existência, tudo se passa segundo seu desejo e vontade e depende, pois, da concordância da natureza com todo o seu fim.”

Esse Kant já está me irritando... mas, eu aprecio seus pensamentos. Aliás me levam a acrescentar mais um desafio para atingir a meta de 2013: procurar um entendimento e alinhamento com a natureza. Talvez ela se relacione bem com a senhora casualidade.

Feliz próximos 3 trimestres de 2013. Forte abraço a todos.

Citações de Immanuel Kant, em Crítica da Razão Prática.
Foto: Tirada por mim em 22/03/13 da fachada de um edifício em São Paulo.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Você não vê, mas está lá


Esta semana tive a oportunidade de assistir a uma palestra com o tema:  “As perspectivas do Exército Brasileiro como guardião de nossas fronteiras e do setor produtivo”. Diante desse tema, não nego como principal fator motivador de comparecer em entender a abrangência do tema proposto. Afinal, Exército é associado a guerra, defesa da nação, mas como guardião do setor produtivo?

No entanto, bastaram os primeiros minutos da apresentação e eu já estava com outra visão sobre o Exército por suas inúmeras atividades: Missão de Paz (ONU), engenharia, fronteiras, defesa do meio ambiente, presença atuante na Amazônia, ações assistenciais em situações de emergência e também ações na segurança pública. Enfim, uma lista de atividades e nenhuma voltada para a guerra.

Durante a apresentação comecei a refletir sobre o quanto nos enganamos e nos deixamos enganar. A minha geração durante muito tempo via no Exército uma memória para o Regime Militar decorrente do Golpe Militar de 1964, que teve em seus Decretos a suspensão de direitos constitucionais e o fechamento do Congresso da época. Talvez, por isso, qualquer tema envolvendo Forças Armadas ainda hoje é tratado com muita cautela.

Por outro lado, nos dias atuais, qualquer pesquisa apontaria um elevado grau de confiança do povo brasileiro na Instituição Exército. Em que pese essa confiança, eu não tenho a menor ideia de quem é o Comandante Geral do Exército Brasileiro, mas sei o nome de pelo menos uns 3 Comandantes não brasileiros nas Américas, Colim Powell (Estados Unidos), Fidel (Cuba), e o recente falecido Chaves (Venezuela). E aproveitando, o atual Comandante do Exército Brasileiro é o General Enzo Martins Peri . (www.exercito.gov.br)

Mas, voltando a reflexão sobre nos deixar enganar, será que entendemos como verdadeiro somente o que nos é mostrado? E o que não nos mostram, não é verdadeiro? E adaptando partes dos escritos de Rene Descartes (Filósofo Francês 1596-1650), “para ouvir sons ou cheirar perfumes não precisamos de nossos olhos.”, e mesmo quando vemos, será que o estamos vendo é de fato real? Quando vemos o sol temos a certeza do seu tamanho?

Então até que ponto tudo o que enxergamos é verdadeiro? E se considerarmos que tudo o que é verdadeiro não é totalmente visível para nós, então o que é vemos?

Quanto será que estamos condicionados a ver e aceitar verdades não verdadeiras?

No caso específico do Exército, estou certo de que você não tem a visão do que é a realidade do Exército em nossas vidas e o quanto são guardiões de nossas fronteiras e do nosso setor produtivo. E indo mais além, são guardiões dos nossos direitos constitucionais. E acredito que nunca teremos propagandas na mídia de massa sobre o Exército ou qualquer Força Armada, mas sempre seremos massacrados com horários eleitorais gratuitos que tem por principal função nos impedir de encontrar a verdade.

Quantos outros pontos importantes e fundamentais em nossas vidas, estamos condicionados a não exergar e mais, a acatar como verdadeiro tudo o que nos mostram. Em um outro exemplo, nosso Governo atualmente está propagando o fim da pobreza extrema e ainda nos solicitam ajuda-los a encontrar quem ainda está na pobreza extrema, como se encontrar alguém em situação indigna, fosse algo raríssimo de ser encontrado. 

Bem, basta uma caminhada sob o elevado Costa e Silva (Minhocão) em São Paulo e vamos encontrar brasileiros não somente na pobreza extrema, mas também na desgraça extrema.

Não defendo que devemos duvidar de tudo o que nos mostram e nos informam, mas também não podemos aceitar como verdade somente o que vemos.

E aproveitando o Exército, proponho um exercício, anote o que você pensa sobre a instituição e suas ações. Depois pesquise na mídia, nos sites de busca, nos livros, faça uma visita a alguma unidade militar, converse, se puder conviva, atue junto. Estou certo que após um tempo adquirindo conhecimento sua nova anotação sobre o que você pensa estará totalmente diferente. Porém com um detalhe ainda provocante: será que o novo perfil de pensamento é a verdade?

Em futuros textos pretendo discutir sobre verdade, por enquanto, estou satisfeito se você leu até aqui e da mesma forma que aconteceu comigo, vai desconfiar do que vê e do que é mostrado.

Dedico este texto a todos os profissionais de nossas Forças Armadas, em especial ao Exército Brasileiro na pessoa do Comandante da Região Sudeste do Exército Brasileiro, o General Adhemar da Costa Machado Filho.

quarta-feira, 6 de março de 2013

O sofrer pode contribuir para o crescer.


Neste ano, as celebrações da Semana Santa serão em Março, precisamente dia 29/03. A Igreja Católica tem esse dia como o mais triste de seu calendário, quando é celebrada a Morte de Jesus. O dia é reservado para o recolhimento e reflexão sobre o sofrimento de Jesus.

O sofrimento de Jesus chega a um extremo de desespero tal o suficiente para gritar nos seus últimos momentos em vida: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Mt 27, 46.
Jesus no seu último momento de vida questionava a não intervenção de seu Pai. Naquele momento nada e ninguém poderia ajudar. Ali Jesus não somente se viu, como também teve de aceitar que estava completamente abandonado e sem forças próprias para alterar o curso natural para a sua morte.

E aqui não está sendo proposta uma discussão teológica da Paixão e Morte de Jesus, o que proponho é um ensaio sobre as situações vividas quando o nosso sentimento é de puro desespero e consciência de total abandono.

A quem recorrer nessa hora, se em tese estamos sofrendo por uma determinação divina, afinal nos ensinam que Deus escreve certo por linhas tortas.

Até que ponto o sofrimento, o momento de ausência de perspectiva de mudança do estado de dor e dúvida pode nos levar a entender que este será o último ou mais um de uma séria finita dentro de nossa vida?

Freud expressou: “Agradeço a vida por nada ter sido fácil para mim.”, e Nietzsche vai um pouco além ao afirmar: “O que não nos mata nos fortalece.”

À Buda é dada a autoria da frase “A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.”

Agora, já que nunca sabemos se o sofrimento atual será o último e se assim for tanto faz sofrer muito ou pouco, afinal vamos morrer mesmo, entendo que o único caminho para enfrentar o sofrimento, aquele interminável momento de dor e angústia é acreditar que ele não será o último.

O passo seguinte é saber medir sua intensidade o quanto é de fato sofrido o que está sendo imposto a nós. Por vezes sofremos muito mais por questões subjetivas, por leis e ideologias sem autores ou registros na 
base do: “sempre foi assim.”

Não podemos sofrer exageradamente, ou seja, não podemos potencializar o sofrimento. A situação, circunstância, cenário, tudo que nos cerca já nos entregou uma boa dose de imposições alheias a nossa vontade, então por que aumentar a intensidade do sofrer?

Em sequencia, após um bom desprezo na intensidade do sofrimento, sem obviamente, ser displicente, precisamos encontrar uma estratégia de enfrentamento. O ideal é pensar:  “sofrimento é igual a problema” e “problemas existem para serem resolvidos.”

E não sendo simplista, você pode através do seu desprezo ao sofrimento, enxergá-lo de forma a compreende-lo. A essa altura a solução ou o final do problema já está chegando ao fim.

E tão logo você resolva, lá vem outro. Mas, dessa vez, você está maior em seu interior, está mais vivido, 
mais esperto e talvez nem tenha mais o conceito de sofrer e sim a coragem de resolver .

E Deus onde está para não te abandonar? Deus está em você. E vou mais longe ainda: quando você pensar: “Meus Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Reflita se o primeiro a lhe abandonar não foi você mesmo.

Um abraço a todos.