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domingo, 28 de julho de 2013

O Papa, as "Tetas" e os Secadores de Cabelo




Esta semana nosso País viveu no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude, um grande evento da Igreja Católica celebrado a cada 2 ou 3 anos em vários locais do mundo. O anterior havia sido em Madri na Espanha em 2011 e o próximo será em Cracóvia na Polônia em 2016, quando o Papa João Paulo II será homenageado por sua canonização.

E já que manifestação está na moda, dururante a JMJ ocorreram algumas e sem grandes destaques na mídia. Porém duas destas, e não estou aqui fazendo qualquer juízo sobre os manifestantes, vou aproveitar algumas delas para umas reflexões dos seus fatores de motivação.

Uma destas foi a promovida pela s Atrizes de Rua num ato de repúdio a visita do Papa, mostravam seus seios durante a manifestação.  Uma das integrantes deste Grupo declarou: “Queremos lembrar as pessoas que a Igreja Católica queimou muitas mulheres na fogueira.” De fato, a Inquisição, embora não tenha sido uma prática exclusiva da Igreja Católica, é algo a se envergonhar.

A Igreja Católica em 2000, através do Papa João Paulo II pediu perdão pelos pecados do passado da Igreja Católica, e em específico sobre a Inquisição o documento “Memória e Reconciliação: A Igreja e as culpas do passado” registra o perdão da Igreja reconhecendo : “os erros cometidos a serviço da verdade por meio o uso de métodos que não tem relação com a Palavra do Senhor”.

Então as Atrizes de Rua que me desculpem, mas a manifestação está atrasada pelo menos 13 anos.

Além disso, parece até que não prestaram atenção na mensagem reformista do Papa Francisco com relação a alguns dogmas da Igreja e quanto ao respeito as mulheres: “Não existe mãe solteira, existe mãe.”

A outra manifestação para destacar é da ATEA Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, ONG séria e de respeito, com 9.000 sócios conforme seu site e tem entre seus objetivos: “Promover o pensamento crítico e o método científico”. Embora não sou ateu, também não gosto de associar atos criminosos com a justificativa “isso é ausência de Deus” e prefiro explicações científicas às religiosas.

Os manifestantes a ATEA utilizaram secador de cabelos para “desbatizar” as pessoas. Essa manifestação não me pareceu compatível com os ideais da ATEA registrados em seu próprio site, onde  encontrei citações com as quais concordo plenamente. Entendi que a ATEA não é contra a religiosidade e sim contra preconceitos aos declaradamente ateus.

A ATEA parece estar consciente de que é difícil um religioso parar de acreditar numa entidade divina através de argumentos.

Para o filósofo Thomas Hobbes no seu livro Leviatã,  “A fé é um dom de Deus e Ele a dá a quem escolher.” Então se você acredita em Deus, ou outras divindades é uma escolha decorrente de diversos e complexos fatores, desde educação familiar, influência social, experiências pessoais, entre outros.

No entanto, já que o ateísmo considerado pela ATEA é a ausência da crença em qualquer divindade, então ela não deveria, na minha opinião, aproveitar um evento Católico para “desbatizar” os batizados na fé cristã.
O outro ponto defendido pela ATEA nessa manifestação é pelo secularismo, e aqui vou adotar como sendo a separação entre Igreja e Estado.

Ora, o  Brasil, em que pese, tenha em suas cédulas a inscrição “Deus seja louvado.”, e seja de grande maioria religiosa, é um País, onde Igreja (seja ela qual for) e Estado são separados e o ensino religioso não é obrigatório em nossas escolas.

Por isso, entendo que a manifestação da ATEA, não foi compatível com seus objetivos e aproveitou a dimensão do evento para sua própria divulgação através da mídia.

O que tem em comum as “tetas” das atrizes e os “secadores” dos ateus? Tem em comum o querer aproveitar a “onda” para se aparecer.  Tem em comum uma dose de desrespeito a crença de parte de uma população. Mas, era um evento internacional e grande cobertura da mídia.

Considero que houve um desrespeito ao evento da JMJ pois não há notícias das Atrizes de Rua mostrando  suas “tetas” em outras ocasiões ou locais onde as mulheres são totalmente desrespeitada. Também não há registro da presença de membros da ATEA na Marcha para Jesus, realizada em Junho deste ano na cidade de São Paulo, com seus secadores “desbatizando” os evangélicos.

A minha argumentação e preocupação é que o desrespeito pode levar a intolerância e daí ao ódio. Acredito que as Atrizes de Rua e ATEA não pregam o desrsepeito, mas não foram suficientemente cuidadosos para evitar a interpretação contrária.


Contudo, como essas coisas inexplicáveis que acontecem a nossa volta, o que ocorreu durante a JMJ parece ter sido como uma onda gigante de um mar de amor e fé que engoliu, mesmo que somente por um curto período, as pedras e arrecifes da intolerância e do ódio.

Assim religião a parte, encerro com a mensagem do Papa Francisco: "Cuidemos do nosso coração, porque é de lá que sai o que é de bom e de ruim, o que constrói e o que destrói."

Foto: Raquel Mello
Fontes: www.jornaldobrasil.com.br, www.folha.com.br, www.infoescola.com.br; www.veja.abril.com.br

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Afinal, o que queremos?



Neste domingo na hora do jogo da seleção brasileira contra a Espanha pela final da Copa das Confederações eu estava no Terminal Rodoviário do Tietê em São Paulo, quando de repente gritos eufóricos: ÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ GOL DO BRASIL.

Para uma final de Copa das Confederações a comemoração foi dentro da normalidade, mas não dentro de uma expectativa pelo clima criado por manifestações contrárias ao evento. Afinal se as manifestações contrárias expressavam a opinião do povo então este mesmo povo deveria ser indiferente ao gol, ou pelo menos não estar atento a final.

Essa situação que vivi me levou a tomar coragem de abordar o tema de manifestações neste espaço. Eu resisti muito a isso, pois com apenas duas postagens  nas redes sociais contrárias as manifestações eu já tinha conquistado algumas antipatias e quase foi tachado de ser a favor da ditadura.

Assim para evitar transtornos procurei tratar o caso com o devido equilíbrio e fiz duas apostas,  uma delas já perdi que era sobre a redução da tarifa do ônibus em São Paulo.  A outra ainda tenho chances de vencer. 
Essa aposta é que no dia 01 de Agosto de 2013 nenhum jornal de grande circulação seja em papel ou em internet apresentará em sua primeira página apresentará uma chamada sobre manifestações no Brasil.

A situação de domingo também me fez quebrar esse cuidado e me manifestar sobre algumas dessas manifestações.

A começar pela manifestação do Passe Livre. Se é para defender uma causa que seja para uma causa exequível, ou seja, que possa ser executada ou neste caso realizada. Passe Livre no meio de transporte em SP não é sonho impossível é um objetivo com um único objetivo: de se manter por tempo indeterminado o movimento pois isso no curto, médio ou longo prazo, para não dizer nunca, não será alcançado.

Ao invés de se manifestar por Passe Livre um movimento preocupado com a qualidade do transporte público poderia defender causas como: tarifas reduzidas em horários fora do pico, linhas sem parada ligando terminais, linhas com ônibus especiais com tarifas mais caras para um público disposto a pagar mais caro pelo transporte com um pouco mais de conforto. A tarifa dessa linha especial poderia até subsidiar o desconto para o horário fora do pico. Enfim existem alternativas mais exequíveis do que o passe livre. 

Lembrando que o MPL tem como responsáveis estudantes que depois de formados certamente cobrarão por seus serviços.

Já as manifestações contra o Mundial de Futebol no Brasil no mínimo são promovidas por retardados. Aqui no sentido de retardo quanto ao tempo. Se preferir em inglês, são promovidas por quem perdeu o “time”.

Para suportar meu argumento de retardo com relação ao tempo, para quem não sabe ou não se lembra, no dia 03 de Junho de 2003 a CONMEBOL – Confederação Sul Americana de Futebol anunciou que Argentina, Colômbia e Brasil se candidataram à sede do evento e em 17 de Março de 2006 a Conmebol anunciou o Brasil como seu único candidato. 

Em 31 de Julho de 2007 a CBF entregou a proposta para a FIFA que em Outubro desse mesmo ano anunciou o Brasil como a sede do mundial de 2014.
Então os manifestantes perderam o “time” várias vezes e estão num retardo de pelo menos 10 anos e teve chances de se manifestar em 2006 e em 2007.

Agora em 2013 faltando um ano para o evento e após exagerados e indevidos gastos vamos manifestar contrário a sua realização?

Pelo que vi e vivi no domingo durante o jogo no meio de uma significativa parcela do que é denominado povo, posso inferir que não há em nosso País um movimento forte o suficiente contra a Copa do Mundo.

Portanto o movimento contra a Copa é outro com único objetivo inexequível. A Copa vai acontecer com ou sem manifestação. E no lugar de continuar com essa manifestação, os manifestantes poderiam pelo menos na hora de elaborar seus cartazes evitar erros grosseiros de português tal como o contido na foto desta postagem.

Mas estas são só duas entre tantas outras que estão ocorrendo.Contudo, vale comentar outras duas manifestações com objetivos no mínimo conflitantes já nos seus meios: dos médicos e dos caminhoneiros.

Os médicos são contrários a chegada de seus colegas estrangeiros, mas nenhum deles que ir para localidades de difícil acesso, baixa renda e outras precariedades e muito menos trabalhar com pouca remuneração. Então se os estrangeiros forem bons profissionais e devidamente aprovados e reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina do Brasil qual é o problema? O Dr Rey, o famoso Dr Hollywood não tem licença para operar no Brasil e aposto que muitas mulheres gostariam de ter suas plásticas executadas por ele assim mesmo.

Os caminhoneiros por sua vez, a poucos meses atrás reclamavam e choravam como crianças inofensivas devido aos congestionamentos na Baixada Santista. As reportagens eram comoventes com os profissionais longe de suas casas e famílias. E mais longe ainda vai ficar o caminhoneiro Renato Kranlow de 44 anos que ao tentar furar o bloqueio foi agredido e logo após conseguir seguir sua  viagem escoltado pela Polícia Rodoviária foi atingido por uma pedra que o matou.

A família do Renato está esperando sua volta a qual nunca acontecerá.

Afinal, o que queremos? Manifestar, bagunçar, destruir, matar?

Afinal, o que queremos? Uma vida melhor para a nação ou para nossos próprios interesses?

Por falar em interesses da nação, quero convidar a todos para participar da manifestação pela redução do milho não estourado nos saquinhos de pipocas vendidos nos parques do Brasil.

Boas manifestações a todos.


Base das notícias: www.uol.com.br e www.g1.com.br