Seja Bem Vindo

Este blog tem por objetivo expressar opinões, sentimentos, conselhos e emoções, como se estivesse conversando com amigos em um café ou em um descontraído boteco.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Porta Fechada

Em geral quando estamos em uma situação ou condição desfavorável o que mais temos é a figura de "Portas Fechadas".

Parece incrível, mas não é. Aposto o que quiser. Se você não está no melhor dos momentos e precisa de apoio, o que mais se tem é o que chamamos de Porta Fechada.

Não sei qual é o mistério cósmico dessa situação, mas eu em particular depois de duas "portadas" em curto espaço de tempo, resolvi "arranhar" um texto. O "Porta Fechada" de minha autoria, escrito hoje mesmo.

Porta fechada
Esperança diminuída
Oportunidade perdida
Aberta ferida

Porta fechada
Flecha atirada
Tristeza nascida
Aberta ferida

Porta fechada
Amizade corroída
Relação estremecida
Aberta ferida

Porta fechada
Visão modificada
Parede derrubada
Ferida curada

O ditado popular diz que quando nos fecham uma porta, Deus abre outra ou também dizem que abre uma janela. Apesar disso, não podemos só esperar pela ajuda divina. Nós podemos "dar" uma mãozinha para Deus e quem sabe além de uma porta ou janela aberta, temos uma parede derrubada.

Boas portas abertas,

Silvio Henrique Martins

terça-feira, 21 de abril de 2009

Navegar é preciso

Quando Fernando Pessoa repetiu a frase "Navegar é preciso" atribuída a Pompeu ele não estava preocupado com a semântica entre "precisão" e "necessidade" e sim fazendo uso da licença poética e deixaria a discussão para seus leitores, críticos e estudiosos. Até hoje são inúmeras essas discussões. Entre elas, eu em particular, gostei da apresentada pelo Professor Cláudio Moreno .


Eu entendo que Fernando Pessoa pretendia comparar a precisão necessária em navegação com a incerteza do viver.

Para navegar você precisa antes se organizar. Em primeiro lugar saber onde você está e como você está. Depois saber para onde estou indo e qual meu propósito. E também saber como corrigir o curso sem perder o rumo ao nosso destino.

Nesse sentido, navegar é algo "preciso" no sentido de precisão, de certeza. Com isso, a navegação será segura e atingirá o seu objetivo, o seu destino.

E viver, ora, viver é uma grande incerteza. E essa incerteza é que nos dá força para desafiar o futuro. Então nessa forma de enteder, viver não é preciso ou seja, não é uma certeza.

Mas será que em alguns momentos da nossa vida não seria o caso de um bom plano de navegação?

Então antes de tudo, você deve parar e descobrir onde e como você está. E também onde quero ir e como fazer para chegar lá. E claro, não esquecer de estar preparado para as correções de curso.

Boa navegação e chegada a todos,

Silvio Henrique Martins

terça-feira, 14 de abril de 2009

Branco de olhos azuis

O Presidente Lula comentou que a crise é causada por brancos de olhos azuis. Será que ele estava se referindo a Dona Marisa, afinal ela é branca e tem olhos claros, talvez azuis. Afinal qual é a cor dos olhos da Dona Marisa? Em geral nas fotos ela está quase sempre com os olhos meio fechados.

De qualquer forma é preferível aceitar que o nosso Presidente estava se referindo a uma eventual crise conjugal do que estar emitindo uma opinião sobre a crise financeira mundial.

Seria no mínimo uma falta de bom senso do nosso líder responsabilizar a crise a pessoas brancas de olhos azuis. Afinal a crise teria sido iniciado nos Estados Unidos e não na Região Nórdica do nosso planeta. E ao que nos conste nos Estados Unidos e em especial Nova York onde temos representantes de todas as tribos mundiais.

Essa frase do nosso líder representa a mania da grande maioria das pessoas em dividir tudo e todos em dois grandes grupos. E isso as vezes parece natural. De início o planeta é dividido em Ocidente e Oriente.

As pessoas são divididas em pobres e ricos. Poderosos e oprimidos. Políticos e povo. Em suma, somos todos x ou y. O comentário do nosso Presidente é totalmente infeliz, uma vez que considera incompetente qualquer branco de olhos azuis. E se esse são os incompetentes, então os pretos de olhos escuros tem a solução da crise.

Assim é fácil classificar pessoas e também fácil arrumar soluções para problemas complexos. No mínimo uma frase dessa proferida por um líder político representa sua total falta de sensibilidade a gravidade dos problemas e sua tendência factóide e de discursos populistas.

A crise foi causada por várias pessoas, homens, mulheres, gays, brancos, negros, pardos, amarelos, morenos, mamelucos, com olhos azuis, pretos, castanhos, verdes, e até cegos. Agora todos, incluindo brancos de olhos azuis, estão buscando soluções para a crise.

É importante que cada um de nós não sejamos reféns dessa mania de dividir tudo em dois grupos e entender a diversidade que somos.

Abaixo a dicotomia já

Um abraço a todos

Silvio Henrique Martins

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Reféns da Tecnologia

Os usuários do produto Speedy da Telefônica estão com sérios transtornos devido a problemas técnicos de conexão.
Eu mesmo não consegui acessar a internet desde a última quarta feira.
De acordo com a própria Telefônica, estão prejudicados 4 milhões de usários.
No ano passado ocorreu uma interrupção na fibra ótica e muitos ficaram sem conexões telefônicas e de internet.
Atualmente dependemos da tecnologia tanto quanto da energia elétrica.
O ser humano é capaz de desenvolver soluções para melhorar o conforto, a comunição, os negócios, enfim inúmeras formas para uma vida melhor.
Entretanto, não é capaz de criar alternativas quando tais soluções não funcionam. Talvez não as crie por não serem necessárias.
Por exemplo, será que é necessário termos as lâmpadas de emergência em nossas casas para quando faltar energia? Aí vem a questão: Quantas vezes falta luz? Poucas não é?
Da mesma forma com relação a tecnologia. Quantas vezes temos problemas de conexão? Poucas também, não é?
No entanto, somos tão reféns da tecnologia que não temos a paciência para esperar a volta da normalidade. Já ficamos estressados, reclamamos do então provedor. (Detalhe este comentário não exime a responsabilidade do provedor e da empresa de telefonia. Essas empresas cobram pelo serviço. Assim se o serviço não foi prestado no minimo não deve nos cobrar e tem por obrigação encontrar a solução o mais rápido possível.)
Mas enfim, como não ser refém da tecnologia?
De início, entender que problemas técnicos pode acontecer. Então devemos encarar isso com naturalidade e não perder o controle emocional diante de um problema de conexão.
Eu por exemplo, simplesmente desliguei o computador e fui fazer outra coisa.
Na última vez que faltou energia em casa, eu acendi algumas velinhas, coloquei as sobre a mesa, que já estava arrumada para o jantar em família, liguei o radinho à pilha em uma emissora com músicas agradáveis, jantamos à lus de velas, conversamos, curtimos o escurinho.
Não nos sentimos reféns da energia e encontramos uma alternativa por nossa conta.

Em resumo, podemos viver sem muita coisa que temos a nossa disposição, basta nos sentirmos livres.

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

Silvio Henrique Martins

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Levar vantagem

Nos anos 80 uma marca de cigarro lançou um comercial com o jogador Gerson da Seleção Brasileira de Futebol Tri Campeão no México em 70.
A frase "Leve vantagem você também" tinha a sua lógica no contexto. Afinal sugeria não pagar mais caro por benefícios que o cigarro em questão oferecia em relação aos concorrentes.
Entretanto, a sugestão "leve vantagem você também" gerou grande polêmica e aí nasceu a chamada "Lei de Gerson".
A imagem do nobre atleta ficou arranhada e só com o tempo foi descolado o homem, o jogador da sugestão. A força da polêmica foi tanta que muitos acreditavam que o próprio Gerson seria o difusor dessa regra.
Ora, hipocrisias a parte, todos, ou pelo menos a maioria de nós gosta e procura vantagens. Desde que essa vantagem não prejudique outras pessoas ou o meio ambiente, qual o problema em levar vantagem?
Hoje no ônibus retornando do trabalho um simpática senhora, uma fofurinha de vovó me deu uma guardachuvada nas costas. Eu me assustei, cheguei a pensar que vovó havia tropeçado ou coisa semelhante, mas não. Para a minha surpresa ela me agrediu mesmo, com o propósito de sair da frente para ela descer do coletivo. A vovó podia ao menos pedir licença. Mas não, ela procurou levar vantagem ao fato de ser idosa e fazer o que bem entende para atingir o seu propósito, no caso passar pelo corredor e descer do ônibus.
O espírito de levar vantagem é tanto nessa situação que o desrepeito aos chamados bons costumes foi por água abaixo.
Detalhe eu não fui o único atingido pela poderosa mau educada velhinha. Até lembrei daquela mal humorada do filme Madagascar.
Para quem não conhece a "peça":
http://www.youtube.com/watch?v=xWSfD6mZnPE

E não estou aqui criticando os mais idosos. Recentemente levei a minha filha numa casa de espetáculos para comprar ingresso de um show. Eu estacionei meu veículo no local e fiquei esperando a minha filha enfrentar aquela fila. Quando então um veículo, uma pick up das grandes, estacionou na minha frente. O condutor saiu do veículo todo "posudo" óculos escuros, papete. No estilo.
O sujeito avaliou a fila, foi até o balcão, retornou ao seu veículo e com todo o jeito de um personagem de filme que vai tirar do carro aquela arma para resolver a confusão, pegou uma criança, que coitadinha, deveria ser a filha dele, a colocou em seu colo e foi lá para o início da fila.
Todos ficaram espantados, com a cara de pau do dito cujo, que além de tudo isso, praticamente se impôs socialmente frente ao funcionário da casa de show que estava ali para manter a ordem.
A Lei até permite a preferência para pessoas com crianças de colo, mas nesse caso foi um absurdo. A mãe estava no carro confortavelmente. Esse levou a Lei do Gerson ao pé da letra.
A indignação das pessoas na fila e dos funcionários da casa só não foi maior, por dois simples motivos: o primeiro e o mais provável é que as pessoas no local eram educadas e o segundo a menina, apesar de um pai sem escrúpulos, era lindinha.
O maior agravante desse caso é que além do pai sem escrúpulos, a mãe, ou a mulher que o acompanhava e ficou no veículo deve ser da mesma laia. A situação foi nojenta.
Aqui e no caso da velinha, levar vantagem foi uma grande demonstração de falta de educação.
Então, não estou perseguindo idosos. Na verdade não estou perseguindo ninguém e não estou pregando a puritanismo. Apenas penso que todos devem procurar levar vantagem, mas não prejudicar os outros ou o meio ambiente para conseguir a vantagem.

Boas e éticas vantagens para todos.

Silvio Henrique Martins
Para quem tem curiosidade o vídeo do polêmico comercial que gerou a Lei d Gerson:
http://www.youtube.com/watch?v=J6brObB-3Ow

domingo, 5 de abril de 2009

Ser Paciente

Eu ainda não consegui definir se sou paciente ou não. A minha paciência funciona por decisão. Quan do quero ser paciente, sou. Quando não quero...

Do outro lado, tenho a certeza de que sou ancioso. Quero ver resultados imediatos, não sei esperar muito. Sou daqueles que não ve a hora da coisa acontecer. E no que depende de mim, vou atrás. E quando depende dos outros, haja paciência.

Essa paciência talvez seja o controle da ansiedade. O Frei Anselmo Fracasso da Igreja Católica, escreveu um livro, detalhe: quando escreveu já era deficiente visual. No seu livro a Arte de Viver Feliz, tem um capítulo sobre ser paciente. O Frei Anselmo recomenda:

" Suportar pacientemente tudo e a todos sem queixar-se de nada. O queixoso se envenena a si mesmo, o ambiente em que vive e as pessoas que o cercam.
Conviver pacificamente com tudo e todos. Para viver em paz com o mundo e com o próximo é preciso estar bem consigo mesmo, com a própria consciência e com Deus.
A impaciência irrita, provoca intranquilidade, agita-nos, causa ansiedade e nos deixa nervosos.
A paciência acalma, tranquiliza e nos torna acolhedores e agradáveis."

Mas, não nos parece um exercício difícil de ser praticado essa tal paciência? Suportar a tudo e a todos sem queixar? Sinceramente, não é comigo. E entendo que não sou minoria a pensar assim.
Entretanto, concordo com "a paciência acalma, tranquiliza..."

Certa vez, assistindo a uma palestra do publicitário Fábio Nazca, ele afirmou "Quando a gente fica nervoso a gente fica burro."

Então por uma questão lógica precisamos sim, ser pacientes. Em especial se você tem problemas a serem resolvidos. Eu afirmo você não vai resolver se estiver nervoso. E mais, poderá piorar ou arrumar mais problemas.

Se você considera que a sua atual fase não é das melhores, também precisa ser paciente, mas não iconsciente ou imóvel. A paciência pura e simples não resolve. É necessário um planejamento para encontrar a solução e a paciência servirá para acompanhar os estágios do seu planejamento.

O plano para a solução deve ter um objetivo estabelecido, a forma de ser atingido, metas parciais,
e meios de mensurar se estamos no caminho certo ou se é necessário alguma alteração nos planos. Como se vê, não é fácil, e por isso a paciência é fundamental.

Seja paciente e boa semana.

Silvio Henrique Martins

sábado, 4 de abril de 2009

Só sei viver se for por você...

O que é ser apaixonado? Alguns pesquisadores afirmam que a paixão dura só dois anos. Será?
De fato alguns sentimentos que temos são decorrentes do meio em que vivemos. Algumas sociedades exigem monogamia, outros aceitam poligamia pelos homens ou mulhres. Certas sociedades são mais machistas ou radicais contra as mulhres.
Mas considerando uma sociedade como a nossa, ser apoixanado é escolher com quem você quer viver a vida toda. Não tem isso de casa e separa. É até que a morte o separe.
É claro certas relações acabam. No entanto, em boa parte dessas relações a paixão não acabou por pelo menos uma das partes, quando não raro ambos continuam apaixonados, mas serapados.

Como já escrevi antes neste blog, texto Amizade, amor exige renúncia e renúncia exige reciprocidade. É difícil ser apaixonado solitário sem reciprocidade de quem amamos.

Uma relação de paixão, de amor é de fato complicada. É difícil entender o outro, é difícil afastar pessoas indesejáveis ao nosso redor. Além disso, existem diversos fatores externos não favoráveis a manutenção das relações de amor e paixão.

Por isso, sempre que posso, procuro renovar a minha paixão. Se para os pesquisadores uma verdadeira paixão só dura dois anos, então renove a sua paixão nesse período.

Eu por precaução procuro renovar todo dia. E não precisa aquela "coisa" ridícula, "te amo, benzinho". Dizer "te amo" pode ser uma xícara de café com leite deixado no criado mudo de quem você gosta. Pode ser comprar uma garrafa do vinho preferido dela para beberem juntos a noite. Ir ao supermercado juntos. Acompanhar a pessoa amada em compras de coisas que para você não são interessantes. É renunciar ao jogo de futebol do seu time do coração em plena final de campeonato. É comprar um presente, até mesmo baratinho, sem obrigação por data. É estar junto, abraçadinho é curtir a presença da pessoa amada.

É saber ouvir, saber falar, saber calar, saber acompanhar, saber negar, saber agradar, saber amar.

Eu não ainda não tenho o dom de poeta, eu até gostaria de ser um Pablo Neruda, para poder registrar em palavras toda a minha paixão e todo o meu amor pela pessoa mais especial da minha vida. Então, "roubo" palavras dos outros para dizer que "só sei viver, se for por... você...".

Uma boa paixão para todos,

Silvio Henrique Martins

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Greenpeace x G20

Foto do site http://www.globo.com/


O Greepeace, nobre organização que luta pelo meio ambiente, protagonizou esta semana uma manifestação para chamar a atenção dos líderes mundiais reunidos em Londres, o G20.
Entretanto, essa manifestação realizada na Ponte Rio Niteroi, causou um enorme congestionamento que segundo alguns especialistas gerou uma poluição quatro vezes maior que um dia normal de trânsito. Nem é preciso dizer que diversos transtornos foram causados por essa manifestação, justa até, mas totalmente sem sentido em sua forma.
O evento do G20 ocorre em Londres, um pouco distante do Rio de Janeiro e eu em particular duvido que algum líder viu ou soube de tal manifesto.
Mas ao carioca que não tem culpa sobre as atuais condições do planeta foi quem "pagou o ".
Essa manifestação vai contra os princípios do próprio Greenpeace. Consta em seu site: "Nossos valores: A não-violência é um requisito fundamental para as nossas atividades. Ela está embutida em nossas ações, nossas palavras e em nossa forma de atuação. A não-violência permeia todo o trabalho do Greenpeace seja com governantes, empresários, outras instituições ou com a população.A não-violência é um requisito fundamental para as nossas atividades. Ela está embutida em nossas ações, nossas palavras e em nossa forma de atuação. A não-violência permeia todo o trabalho do Greenpeace seja com governantes, empresários, outras instituições ou com a população."
É ou não é uma violência você querer atravessar a Ponte Rio Niterói e ficar mais de quatro horas para isso.
Se o Greenpeace defende a natureza, é necessário um manifesto que agride o ser humano e a própria natureza?
E por outro lado será que nenhum agente ou autoridade viu aquele pessoal de laranja amarrar cordas e cartazes na ponte? E olha que o cartaz não era pequeno. Teria havido alguma facilitação política para a realização desse manifesto?
Eu como todo ser humano, do greenpeace ou não, também é contra o aquecimento global. Aquecimento esse que teve uma contribuição nesta semana pelo próprio Greenpeace, cuja manifestação de prática além do transtorno aumento um pouco mais o aquecimento global com a emissão dos poluentes dos veículos congestionados.
Movimentos ideológicos não podem fugir de seus princípios para não perderem apoio e credibilidade.
Eu entendo que depois do evento da Ponte Rio Niterói os líderes do Greenpeace precisam fazer uma revisão de seus atos, caso contrário perderão a boa imagem que possuem e a credibilidade em seus fundamentos.
Ser ideológico, ser defensor de causas nobres não nos coloca acima do bem e do mal. É necessário o respeito a todos. É necessário bom senso.
Uma vez ouvi que Deus perdoa sempre, os homens perdoam as vezes e que a Natureza nunca perdoa. Não perdoa nem mesmo os membros do Greenpeace.

Viva a Natureza!

Silvio Henrique Martins

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Robin Hood, Mitos e Lendas

De acordo com o site discoverybrasil.com, "...Robin Hood roubava dos ricos para dar aos pobres e vivia com a sua gangue e Maid Marion na Floresta Sherwood, perto de Nottingham." Nesta semana, no dia 31/03 em sua coluna na Rádio Band News de São Paulo, Ruy Castro junto com o Jornalista Ricardo Boechat, comentou que recentes pesquisas de historiadores ingleses apontam que Robin Hood não viveu na época que sua lenda registra, que nunca chegou perto da Floresta Sherwood ou Nottingham, que Maid Marion não teria existido e mais, que roubava dos ricos e dos pobres e dava o produto do roubo para ele mesmo.
A integra dessa coluna pode ser ouvida no endereço: http://www.bandnewsfm.com.br/coluna.asp?ID=72156
Além dessa discussão tem também aqueles que não acreditam na existência do Robin Hood e que seria um personagem criado para protestas contra a repressão da época.
O que importa é que se trata de uma lenda. E como toda lenda ela é passada sem questionamento. No caso do Robin Hood, supondo que de fato ele existiu e que roubava dos ricos para dar aos pobres.
Em primeiro lugar, ser rico implica em ser ou estar pronto para ser roubado? É errado ser rico?
E mais, quais os critérios da época para diferenciar bem o rico do pobre? Quem garante que Robin Hood roubava somente os pobres?
Se hoje com rígidos controles financeiros temos constantes golpes e fraudes financeiras, o que garantia na época que todo produto do roubo dos ricos era totalmente destinado aos pobres? Será que não existia a parcela "não contabilizada"?
Quem controlava a distribuição dos roubos? Havia algum CACEPO - Cadastro Central de Pobres?
Por acaso havia alguma política de benefício ao rico que fazia benfeitorias? Sugestão: "Aos ricos que realizam benfeitorias somente poderá ser roubado o equivalente a 27,5% do seu patrimônio".
E o que acontecia com os ricos que eram roubados até se tornarem pobres? Eles também eram beneficiados pelo novos furtos do Robin Hood?
Quem era o responsável pela recepção de mercadoria roubada, sua armazenagem e distribuição aos pobres? Quem garantia que não haviam desvios?
Do ponto de vista de patrimônio Robin Hood era rico, então se alguém o roubasse, tudo bem?
Aliás é lícito roubar? Por acaso um assaltante hoje solicita sua declaração de renda para avaliar se deve ou não roubá-lo?
Se roubar é algo a ser reprovado como alguém que rouba seja de rico ou de pobre pode ser herói?
Não é interessante como quando estamos diante de uma lenda, simplesmente aceitamos, veneramos, compramos camisetas, visitamos páginas na internet, construímos sites, compramos enfeitinhos e não somos capazes de fazer uma simples reflexão ou um simples questionamento, sobre no que essa lenda se fundamenta.
Quantos falsos heróis nossos pais, professores, educadores, amigos e desconhecidos incluiram em nossas mentes e nós não fizemos uma única pergunta sobre o mérito deles.
Será que somos instruídos para aceitar essas lendas sem questionamentos? Quem se beneficia com essa fábrica de lendas e heróis que só existem no imaginário popular? Será que tudo isso não é um freio a nossa imaginação, a nossa liberdade de expressão e de livre escolha?
O quanto somos escravos de fatos que simplesmente nunca existiram?
E ainda em relação ao Robin Hood, quem ficou com seus bens após a sua morte?
Mitos e lendas podem até servir para a formação cultural e educacional de um ou mais povos, mas certamente possuem um forte fator de condicionamento e de aceitação a todo um sistema de poder e controle sobre um grupo social, uma cidade, um país e até o mundo todo.
Meu desejo é que saibamos diferenciar de uma lenda, o seu lado educativo do seu lado de controle. E que tenhamos conosco os verdadeiros heróis reais ou não, mas que pelo menos tenham suas ações dentro da boa ética e que não prejudiquem ninguém, seja rico ou seja pobre.
Um abraço a todos