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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A questão do Perdão.


Em meu último texto “Finados” coloquei que em vista da certeza da morte, o ideal é viver a vida de bem com ela própria e uma alternativa para isso era exercer o Perdão.

Não estou aqui defendendo a ideia de um círculo contínuo ao estilo proclamado pela Igreja Católica, onde basta você confessar que seus pecados estão perdoados. Assim, seria fácil ter uma vida de erros, reconhecimento do erro, confissão, remissão dos pecados, e volta a ficar pronto para novos erros e assim por diante.

Essa proclamação nem sempre reforça a questão do conteúdo do erro, mas destaca a superioridade do ser 
divino, no caso o Deus Pai todo Poderoso na sua capacidade de perdoar.

“Quem dissimula suas faltas não há de prosperar, quem as confessa e as detesta, obtém misericórdia.” Provérbios 28,13

Aqui o poder do Perdão é divino. Eu me recordo de um admirado casal de Palestrantes na minha juventude na cidade de Santos, o Sr Danton e sua esposa Sra Marlene. Ela em suas palestras afirmava: “Deus perdoa sempre, os homens as vezes e a Natureza nunca.”

Mas, para que serve na prática o perdão? Qual motivo de considerar a capacidade do pleno perdão a uma ação divina e não humana?

E mais do que perdoar, qual é a nossa real capacidade em reconhecer erros e pedir perdão. Aliás, pedir o perdão deveria ser mais fácil que o seu inverso, o perdoar.

Certa vez, em uma situação de conflito um jovem em seus 25 anos se viu numa situação de pedir perdão e iniciou o seu pedido com a informação de que aquele ato era inédito e por isso deveria ser valorizado... 

Como assim? Eu  pensava na ocasião. Este jovem jamais viveu uma situação de pedir perdão? O rapaz é um perfeito, não erra.  Entendo que a única explicação para isso é a existência de um mundo somente para ele com suas próprias regras, sendo a primeira: Eu não estou sujeito a pedir perdão, pois minhas ações nunca me levarão a isso. Diferente, não? Mas, aposto que você visualizou pelo menos uma pessoa do seu círculo de relacionamento ou família que pensa assim.

Para mim, pedir perdão é semelhante aquelas modalidades esportivas, onde na sequencia de um erro, você tem uma chance para uma nova jogada. Mas, nem todos os esportes são assim. No futebol, por exemplo, em situação de pênalti se o jogador erra, já era.

A vida é assim, tem momentos que você pode tentar pedir perdão e aí você tem 50% de chances de ser perdoado. Em outros momentos, sinto muito, não tem perdão. E se tiver será só de Deus. Este perdoa 
sempre.

No entanto, pedir perdão é muito mais uma tentativa de correção na busca de conciliação de viver bem. Mas, não abuse disso. Quem perdoa, assim o faz, acreditando que o seu ato será acompanhado por uma reformulação da sua pessoa. De forma, que o motivo que causou a situação de conflito não seja repetido.

Eu já tenho algumas escolhas bem definidas. Dependendo da situação eu estarei predisposto a perdoar. Por outro lado, aviso, sem abuso. Perdoar não é assinar uma autorização para ser enganado ou explorado. É uma aposta. É um voto de confiança.

Mas, minha predisposição em perdoar, não me garante um perdão geral e irrestrito. Dependerá muito do erro cometido, para quem foi, o que foi afetado, danos e transtornos causados. Aliás, em última análise um acordo de qualquer esfera judicial é uma espécie de perdão mediante pagamento em dinheiro, trabalhos sociais ou prisão. Mas esse não é foco desta discussão.

Enfim perdoar e pedir perdão, o que importância tem isso para você? Quantos relacionamentos bons você perdeu só por não ter perdoado? E quantos outros você perdeu por não ter pedido um perdão?

Por isso, que eu digo, eu estou sempre predisposto a perdoar. Como também, estou sempre abandonando alguns pontos de vista para pedir perdão. Seja numa situação ou em outra, se isso ocorrer de forma sincera, permitindo e favorecendo mudança para melhor, que represente um crescimento pessoal e que resgate os bons relacionamentos, por que não?

Não vou pedir desculpas se você não gostou do texto. Nesse contexto, pedir perdão não se aplica. Este texto não está submetido a uma regra e portanto não está sujeito a perdão.

Mas, se você me pedir desculpas, por não ter lido ainda um dos meus textos do blog, então direi: “Tá bom, eu perdoo você, mas daqui em diante deverá ler todos os textos toda a semana.”

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