No dia 11 deste Janeiro, Walmor Chagas resolveu encerrar sua
vida aos 82 anos. Caso o Walmor tivesse tomado essa atitude uma semana depois, poderíamos
acreditar que ele atendeu a sugestão do Ministro das Finanças do Japão, Taro
Aso, apresentada nesta segunda feira durante uma
reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social do Japão,
recomendando que os idosos em situação terminal deveriam se apressar em morrer para poupar gastos do
governo com a saúde pública. O ministro também afirmou que ele próprio, hoje
com 72 anos, também se recusaria a qualquer tratamento médico que prorrogue sua
vida.
Depois dos
protestos que recebeu, o Ministro para evitar maiores desgastes disse que sua
declaração é uma opinião pessoal e não uma recomendação ao governo
japonês.
Bem, se na
minha próxima postagem o Sr Taro Aso tiver partido dessa para uma melhor por
sua conta, prometo fazer uma super homenagem e tê-lo como um ídolo, talvez o
mascote do meu blog, afinal mostraria ser um homem de palavra. Caso contrário,
diria o nosso Capitão Nascimento, “você é um Fanfarrão”.
Mas, de
volta ao Brasil, e ao ator Walmor Chagas, a reportagem apresentada domingo no Fantástico
destaca a declaração de um amigo próximo: “Ele falou que se tivesse dificuldade
e começasse a se sentir mal, que ele desejaria partir.”
Em que pese
a indignação com a declaração do Ministro Japonês, muitos idosos já adotam a
sua recomendação. O Ministro está certo, mas em sua posição deveria ser mais
cauteloso na manifestação de suas opiniões.
A imprensa
brasileira, por outro lado, preferiu ser excessivamente cuidadosa em divulgar o
ato suicídio do Walmor. Somente nesta terça foram divulgados resultados dos exames
residográficos confirmando presença de pólvora em uma da mãos do Walmor.
Não foi
fácil encontrar um artigo divulgando estudos sobre suicídio no Brasil. Os
resultados recentes da taxa que mede o número de mortes por suicídio a cada 100
mil habitantes é de 4,5 no Brasil, 34,1 no Japão e 10,4 nos Estados Unidos.
Porém no
grupo de idosos acima de 75 anos a taxa no Brasil passa de 15. Os motivos nos
idosos são solidão, isolamento social,
enfermidades degenarativas, perda de parentes, sensação de estar dando muito
trabalho a família, entre outros.
No entanto,
a despeito de uma situação de ordem social e que os meios de comunicação
poderiam aproveitar para uma discussão mais ampla da situação e também de
incentivo a ações de prevenção desse cenário trágico, o noticiário sobre o
suicídio de Walmor Chagas já está praticamente extinto do meio e a declaração
do ministro japonês também caminha para o esquecimento.
O ato do
suicídio é uma ação conclusiva de uma situação anterior: a vontade do não
viver. Por isso, entendo que os meios poderiam aproveitar esses fatos
mencionados para uma maior reflexão na identificação da vontade do não viver e
nas formas de modificar para a vontade de viver.
Para o
Filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860), “o suicida quer a vida; não está
descontente senão das contradições em que a vida se lhe oferece.”
Enfim, o
suicídio revela que muita coisa não estava bem não só com quem o comete mas,
com todos. E digo todos no mais amplo
significado de todos os humanos.
Um suicídio
em qualquer lugar do nosso planeta revela a falta da sensibilidade de
identificarmos as fraquezas das pessoas a nossa volta e mais ainda a falta de
coragem em agir para modificar um cenário de vontade de não viver e evitar sua conclusão
no ato do suicídio
Assim, indo
além, na medida que nossa sensibilidade for mais apurada e nossa ação mais
efetiva, o cenário de vontade de não viver seria reduzido a tal ponto que não
haveriam ocorrências de suicídio.
Porém a
considerar a mediocridade e falta de coragem por parte da mídia e também dos
membros das redes sociais atuais, eu em particular não vi nenhum post sobre o
Walmor e li um único sobre o ministro japonês, ainda vamos conviver por muito
tempo com essa triste realidade que é a nossa responsabilidade sobre todo
suicídio cometido seja por famosos ou anônimos, porém nunca iremos admitir isso.
Foto obtida no site: odia.ig.com.br
Concordo que há muita falta de sensibilidade humana, o que se vê crescendo em número assustador é o egoísmo e a individualidade, características que matam a essência humana, que é o amor ágape! #triste
ResponderExcluir