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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Além do Suicídio do Walmor Chagas




No dia 11 deste Janeiro, Walmor Chagas resolveu encerrar sua vida aos 82 anos. Caso o Walmor tivesse tomado essa atitude uma semana depois, poderíamos acreditar que ele atendeu a sugestão do Ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, apresentada nesta segunda feira durante uma reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social do Japão, recomendando que os idosos em situação terminal deveriam  se apressar em morrer para poupar gastos do governo com a saúde pública. O ministro também afirmou que ele próprio, hoje com 72 anos, também se recusaria a qualquer tratamento médico que prorrogue sua vida.

Depois dos protestos que recebeu, o Ministro para evitar maiores desgastes disse que sua declaração é uma opinião pessoal e não uma recomendação ao governo japonês. 

Bem, se na minha próxima postagem o Sr Taro Aso tiver partido dessa para uma melhor por sua conta, prometo fazer uma super homenagem e tê-lo como um ídolo, talvez o mascote do meu blog, afinal mostraria ser um homem de palavra. Caso contrário, diria o nosso Capitão Nascimento, “você é um Fanfarrão”.

Mas, de volta ao Brasil, e ao ator Walmor Chagas, a reportagem apresentada domingo no Fantástico destaca a declaração de um amigo próximo: “Ele falou que se tivesse dificuldade e começasse a se sentir mal, que ele desejaria partir.”

Em que pese a indignação com a declaração do Ministro Japonês, muitos idosos já adotam a sua recomendação. O Ministro está certo, mas em sua posição deveria ser mais cauteloso na manifestação de suas opiniões.

A imprensa brasileira, por outro lado, preferiu ser excessivamente cuidadosa em divulgar o ato suicídio do Walmor. Somente nesta terça  foram divulgados resultados dos exames residográficos confirmando presença de pólvora em uma da mãos do Walmor.

Não foi fácil encontrar um artigo divulgando estudos sobre suicídio no Brasil. Os resultados recentes da taxa que mede o número de mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes é de 4,5 no Brasil, 34,1 no Japão e 10,4 nos Estados Unidos.

Porém no grupo de idosos acima de 75 anos a taxa no Brasil passa de 15. Os motivos nos idosos são  solidão, isolamento social, enfermidades degenarativas, perda de parentes, sensação de estar dando muito trabalho a família, entre outros.

No entanto, a despeito de uma situação de ordem social e que os meios de comunicação poderiam aproveitar para uma discussão mais ampla da situação e também de incentivo a ações de prevenção desse cenário trágico, o noticiário sobre o suicídio de Walmor Chagas já está praticamente extinto do meio e a declaração do ministro japonês também caminha para o esquecimento.

O ato do suicídio é uma ação conclusiva de uma situação anterior: a vontade do não viver. Por isso, entendo que os meios poderiam aproveitar esses fatos mencionados para uma maior reflexão na identificação da vontade do não viver e nas formas de modificar para a vontade de viver.

Para o Filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860), “o suicida quer a vida; não está descontente senão das contradições em que a vida se lhe oferece.”

Enfim, o suicídio revela que muita coisa não estava bem não só com quem o comete mas, com todos.  E digo todos no mais amplo significado de todos os humanos.
Um suicídio em qualquer lugar do nosso planeta revela a falta da sensibilidade de identificarmos as fraquezas das pessoas a nossa volta e mais ainda a falta de coragem em agir para modificar um cenário de vontade de não viver e evitar sua conclusão no ato do suicídio

Assim, indo além, na medida que nossa sensibilidade for mais apurada e nossa ação mais efetiva, o cenário de vontade de não viver seria reduzido a tal ponto que não haveriam ocorrências de suicídio.

Porém a considerar a mediocridade e falta de coragem por parte da mídia e também dos membros das redes sociais atuais, eu em particular não vi nenhum post sobre o Walmor e li um único sobre o ministro japonês, ainda vamos conviver por muito tempo com essa triste realidade que é a nossa responsabilidade sobre todo suicídio cometido seja por famosos ou anônimos, porém nunca iremos admitir isso.

Foto obtida no site: odia.ig.com.br

Um comentário:

  1. Concordo que há muita falta de sensibilidade humana, o que se vê crescendo em número assustador é o egoísmo e a individualidade, características que matam a essência humana, que é o amor ágape! #triste

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