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sábado, 14 de setembro de 2013

Heróis usam máscara. Bandidos também.



As manifestações populares que iniciaram em Junho deste ano já perderam seu principal objetivo que era de transmitir a insatisfação com as ações do Governo. Em momento algum essas manifestações eram contrárias ao Governo seja do âmbito Federal, Estadual ou embora tenha sido seu início, no Municipal.

Renato Nunes Bittencourt, Professor de Filosofia da UERJ, destaca em seu artigo A Força Multiplicadora da Multidão, publicado na Revista Filosofia de Agosto/13 “A multidão evidencia a crise da representação política em um momento histórico no qual as legendas políticas se afastaram das suas propostas fundamentais.”

A multidão esconde o sentimento e desejo individual e passa a ter uma representação e vontade própria, como afirmava  o Filósofo Jean Jacques Rosseau  (1712-1778), “Quando muitos homens reunidos se consideram como um só corpo, têm uma única vontade que ser refere à comum conservação e ao bem estar geral.”

Contudo, a sociedade brasileira é traumatizada pela Revolução de 1964, talvez por ter sido a última, pois antes dela outros conflitos populares formam nossa historio. De qualquer forma direta ou indiretamente somos todos influenciados por 1964. Os atuais governantes eram jovens nessa época e são medrosos com a comparação de ditador caso suas ações sejam contra a liberdade.

Liberdade que nunca existiu entre súditos e governantes e nunca existirá. Se concordarmos com Thomas Hobbes (1588-1679), como sendo Liberdade a ausência de empecilhos externos que podem tirar parte do poder de cada um de agir como quiser, então definitivamente não somos e nunca seremos livres.

A maior prova de não liberdade são as próprias leis que existem para garantir não as liberdades de expressão e sim para garantir que a liberdade individual não irá causar a subtração de seus bens ou a sua morte e de seus entes queridos. Quando um assassino age com a liberdade que ele considera ter, na prática ele está quebrando as leis do convívio social e será julgado e condenado para que outros não repitam. 

Assim, é até contraditório, mas quanto menos livre o homem é, melhor é para a sua própria sobrevivência.

Cabe, portanto, ao Estado nos proteger. E é aqui com ou sem trauma de revoluções que entram os conflitos paralelos das atuais manifestações.

O Governo é contratado por seu povo para controlar o individuo no povo, pois também conforme Hobbes, se cada um fizer tudo aquilo que tem direito, reinará a guerra entre os homens.

Apesar disso, as opiniões e a posição de cada indivíduo no momento atual o levam a julgar que o Governo na sua função de proteger a ordem geral está sendo mais ou menos violento. E quem representa essa ação é a Polícia, amparada por um conjunto de Leis. Quem estabelece as Leis são representantes eleitos pelo povo. Em suma, o povo faz as Leis que tiram sua liberdade.

Mas, ao meu ver, o que estamos assistindo não é mais a manifestação da multidão e sim lampejos de desejos individuais em nome dessa Liberdade que levam a atos de vandalismo e ainda mais, a buscar justificativas vazias para tais vontades individuais.

Entre essas justificativas, a de “heróis usam máscaras” um protesto contra a recente Lei que proíbe o uso de máscaras nas manifestações é uma das frases mais vazias e sem substância para justificar o ato contrário a Lei que mantém a ordem social.

Os heróis de máscara são personagens de lendas e estórias, dos quadrinhos e dos meios de entretenimento que talvez tivessem e tenham por objetivo despertar em cada um desde a esperança até a confiança em si mesmo através de uma nova imagem no mesmo espelho.

Por outro lado, bandidos usam máscaras para obstruir sua identificação pois sabem que estão fazendo algo ilícito e não querem julgamentos e penalizações por isso, e pretendem assim a continuidade das ações marginais as leis.

Porém se por um lado temos o temor do abuso do poder militar na manutenção da ordem, despertando os brados anti opressão mesmo diante de um Governo legitimamente não autoritário e regido pela democracia, por outro também não podemos fazer de nossas mãos instrumentos de destruição da coisa alheia e buscar para esses  atos um apoio fraco e vazio com frases de expressão que mais servem para marketizar o ato marginal do que para legitimar a sua ação.


O que nos rege, gostando ou não são leis e não frases que nada identificam e por vezes são vendas para o nosso pensar.


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