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domingo, 29 de setembro de 2013

Se Conselho fosse bom...


Um dos indicativos de que estou ficando velho é o número de vezes que sou abordado para dar um conselho.

Mas, o que me concede uma autoridade para aconselhar e opinar sobre escolhas de outros?
Em geral recorremos a conselhos quando a dúvida é grande e estamos inseguros quanto as consequências das decisões que estamos para tomar.

Quando me pedem um conselho a primeira coisa que sinto é uma grande responsabilidade pelo impacto que a minha orientação poderá causar na vida daquela pessoa. Por outro lado sinto uma grande honra e a confirmação de que estou ficando com o “jeitão” de um senhor confiável e agradável.

Para Thomas Hobbes, filósofo inglês em seu livro Leviatã 1651, “Por mais capazes que os conselheiros sejam em qualquer negócio, o benefício de seu conselho, ao dar sua opinião a uma pessoa, é maior quando explicam suas razões.”

Embora Hobbes se referia a conselheiros escolhidos por governantes com o intuito de contribuírem com seus governos e na solução de conflitos não previstos em leis, associo o papel desse conselheiro quando somos convocados por alguém que confia em nós.

Contudo, será que todo conselho é bom?

Para Maquiavel, pensador do século XVI, “Um príncipe, portanto, deve sempre buscar conselho, mas apenas quando ele o quer, não quando o querem os outros.”

Então será que é sempre bom, ou só é quando queremos? Será ainda melhor se o conselho coincidir com o que estamos tendendo a decidir.

Na Revista Filosofia de Setembro/13 temos o artigo “Um desprendimento impossível” de André da Silva Bueno, sinólogo e Doutor em Filosofia, há um destaque:
“Precisamos nos desprender das coisas materiais; mas como, se são elas que nos sustentam?”

Então de adianta dar esse conselho para alguém?

O bom conselho então seria aquele onde são colocadas alternativas, mas sobretudo, aqueles que provocam a pessoa a refletir sobre os aspectos e consequências de sua decisão e mais do que isso assegurar confiança suficiente para ir frente.

Agora, se alguém que buscasse a glória pedisse um conselho ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche, este diria “Renuncia a vaidade, se aspiras verdadeiramente a glória.”; será que este conselho seria seguido?

Concluindo, conselho pode até ser bom, mas exige uma grande carga de responsabilidade. Mais do que isso, se você concede um conselho é porque lhe atribuíram uma autoridade a qual você nem sabia que a possuía. Quando pede, está concedendo essa autoridade a alguém na qual você tem uma enorme confiança.


Conselho é bom, contudo, vale destacar o que o filósofo Sêneca, nascido em 4 a. C. afirmou: “É inútil dar conselhos à um sábio e aconselhar um ignorante é perca de tempo.”

Foto: Arquivo Pessoal: Uma tarde no parque Trianon, Av Paulista - setembro/2012.

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