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domingo, 10 de novembro de 2013

Morte é Vida?





Em novembro é celebrado o Dia de Finados. Data para relembrar amigos, parentes e outros entes queridos falecidos. Neste dia visitamos seus túmulos, mini capelas e locais de suas cinzas. Enfim, neste dia parece que buscamos um encontro com que nunca mais iremos ver na sua forma humana. É dia de oferecer novas flores, velas, uma limpeza na lápide. Uma forma transcendental de carinho independente de credo, classe social e outros hábitos e costumes. Uma tentativa de oferecer um conforto material para quem jamais o receberá.

Então por quais motivos agimos assim nesse dia? Carinho? Saudade? Remorso? Uma tentativa de oferecer em morte o que não foi oferecido em vida?

No dia de Finados tem um outro ponto a ser destacado. Neste dia convivemos pacificamente e sem medo com quem mais tememos: a morte.

E por qual motivo tememos a morte, se ela é certa? Será a influência religiosa, onde muitas associam morte a fracasso? Será o nosso medo marcado pela angústia de como viverão nossos entes queridos com nossa ausência?

Desde crianças somos ensinados a temer a morte a ponto desse temor nos produzir a falsa sensação de que nunca morreremos e a considerar um forte tabu a sua discussão.

Para Heidegger, Filósofo Alemão do Século XX, a morte plenifica a existência. Na Revista Filosofia de Outubro 2013, no artigo “Sobre a Necessidade de Morrer”, os Professores de Filosofia Mateus Ramos Cardoso e Wellington Lima Amorim destacam: “A morte não deveria ser vista como uma surpresa, mas como uma possibilidade sempre presente em nosso cotidiano, uma vez que ela ocorre dentro do mundo, ela vem ao nosso encontro e nós vamos ao encontro dela.” Eles também reforçam: “Não falar da morte não faz você mais imortal.”

Para Schopenhauer, Filósofo Alemão do Século XIX “Por mais temida que seja, a morte não pode ser um mal.”

Na minha opinião, antes de encarar a morte, precisamos estar cientes de nossa finitude. Encarar essa condição com naturalidade e não fugir das discussões sobre morte, não deixar de tratar assuntos que só podemos resolver vivos, não deixar de registrar a quem vive com você questões importantes para sua pós morte, como por exemplo ser ou não cremado, doar ou não órgãos.

Quem sabe se ao refletirmos sobre a morte não nos tornemos mais vivos.


Foto: Arquivo Pessoal tirada em 2012 durante minha visita a Cripta da Catedral da Sé (SP) cultura em mármore: Jó, o afligido do Senhor, por Francisco Leopoldo.

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