Seja Bem Vindo

Este blog tem por objetivo expressar opinões, sentimentos, conselhos e emoções, como se estivesse conversando com amigos em um café ou em um descontraído boteco.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Amar é...



Em tempos quando não existiam as redes sociais, também se trocavam mensagens de amor e carinho.  Não havia tecnologia, e muitas manifestações de sentimentos eram feitas através de cópias reprográficas, cartões, livros e até figurinhas.

Entre essas manifestações em época sem internet e celular  a série “Amar é...” foi um grande sucesso, pura febre. De figurinha a livros a série conquistou a todos os amantes de 0 a 100 anos de idade.

A semelhança com as atuais redes sociais é que as mensagens de amor eram todas em lindos cenários, situações felizes, paz constante, compreensão e nenhuma interferência externa para atrapalhar a relação. A mensagem ontem e hoje eram iguais: “O Amor é lindo.”

Mas, será que uma relação amorosa entre duas pessoas é assim um cenário de paz e harmonia, tal como as postagens nas redes e nas fofinhas figurinhas de “Amar é...” ?

Sem dúvida, existe  uma grande distância entre o Amor dos poemas, novelas,  postagens, figurinhas e o amor da vida real. A vida, por vezes cruel, está e estará desde o início colocando o Amor à prova. A partir do momento que você sente o Amor por alguém vem junto as dificuldades, não é? A primeira é a mais comum de todas: será que o seu amado ou amada o ama também?

O sentimento “Amor” capaz de manter vizinhos por estreita linha o Céu e o Inferno, é complexo, inexplicável e muito associado a problemas.

O Psicólogo e Terapeuta suíço, Carl Gustav Jung em 1922 escreveu: “O amor é sempre um problema, qualquer que seja a faixa etária do ser humano que ele ocorre.”

Quais as razões para uma argumentação dessa? E embora pareça grosseira, aposto que num primeiro momento concordamos com ela.

Na minha opinião, o sofrimento que por vezes é associado ao Amor ocorre devido a um detalhe: Amor não é exatamente um sentimento. Amor é um caminho que você decide seguir. Em outras palavras: Amor é o resultado de uma decisão que tomamos num instante em nosso presente acreditando e apostando em expectativas positivas para o nosso futuro.

E assim como toda decisão com retorno no futuro, é uma decisão de risco. Afinal o futuro é incerto e incerteza é risco.

E por quais motivos brigamos e sofremos tanto por esse Amor? Em parte por orgulho próprio e em parte por não aceitarmos com facilidade o erro de uma decisão e em outra parte pelo medo de tomar uma nova decisão e esta também se mostrar errada. Então brigamos para ajustar os parâmetros das expectativas do futuro.

E onde está o romantismo divulgado nas mensagens de amor que vendem para nós?  Bem, esse romantismo é uma utopia. Ele não é real no momento da nossa decisão pelo Amor, mas nós o consideramos como elemento vivo, obrigatório e infinito. Ele até pode ser assim, mas não é uma ocorrência em todos os casais e em toda a vida da relação a dois.

O romantismo é uma sensação que necessitamos e buscamos no parceiro, mas nem sempre ele está lá. As vezes está em tons de cinza. “...enquanto beijava suavemente a sua nuca, junto com seu cabelo macio, sentia um doce sabor de mel em seu discreto suor, revelando o calor de seus corpos...”  Romântico, não? Eu não sou romancista, mas acredito ter provocado em você a sensação do romantismo nesse improvisado trecho que elaborei.

Não estou duvidando do Amor e do Romance. Para mim e na minha experiência de vida eles existem. A minha decisão de Amor no passado já atendeu a muitas expectativas bem como já me concedeu inúmeras alegrias não esperadas no momento da sua decisão. Seria hipocrisia dizer que há uma renovação diária, até mesmo porque padronização não combina com o dinâmica das decisões do Amor, mas com certeza há uma constante renovação das decisões pelo Amor com novas expectativas de futuro.

Aprendi e a minha vivência confirmou a teoria: Amor exige Renúncia e Renúncia exige Reciprocidade. 

E por livre expressão da minha parte visualizo essa teoria da seguinte forma:  Decisão (Amor) implica em risco (renúncia) e risco exige retorno (reciprocidade).

Se você decidiu o caminho do Amor e só vive em sofrimento, então você precisa rever sua decisão.

Afinal se cabe a você a liberdade da decisão pelo Amor, decidir viver no sofrimento é decidir ser escravo de si mesmo.

Para terminar gostaria de revelar uma das frases que reproduzi num cartão que entreguei para a minha esposa, na ocasião namorada, de forma a "ajudá-la" na sua decisão pelo Amor.

“O Amor eterniza os rápidos minutos e reduz as distâncias indefinidas a um ponto.”

A frase foi tirada do Livro Vitrais do Mundo escrito em 1970 pelo Padre Católico e Filósofo Waldemar Valle Martins, que foi Pároco da Igreja do Senhor dos Passos na minha querida cidade de Santos (SP):

Um grande Amor a todos,

Um comentário:

  1. Acredito que o amor no sentido de relações conjugais, tem esse sofrimento de não ter o amor do outro, mas que também pode ser cessado com um amor "novo", entrando assim o fator tempo. Esse amor amadurece e passa a ser sentido e revelado de forma diferente, mais sereno e compreensivo.

    Acredito também que o amor que vem de nossa essência, que ama o próximo no sentido de sofrer com a dor alheia, de querer fazer algo para o bem estar de outros que até mesmo nem conhece. A incapacidade e limitação humana de não conseguir ajudar outros a superarem suas dificuldades, nos traz sofrimento devido o amor que sentimos pelo próximo. Esse último acredito que seja realmente um dom, porque essa capacidade de amar as pessoas se colocando no lugar delas, na prioridade delas, não é para qualquer um! Visto que, o egoísmo tem predominado no mundo capitalista.

    Deixo outro trecho do Livro Sagrado que gosto muito:

    "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
    E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
    E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
    O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
    Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
    Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
    Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
    O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá";
    1 Coríntios 13:1-8

    ;-)

    ResponderExcluir