Meus amigos e minhas amigas, no próximo domingo teremos eleições para Prefeitos e
Vereadores. Eleições me levam a boas lembranças quando criança. Lembro de meus
pais se preparando para votar, bem arrumados e com olhar sério. Aliás, tudo
parecia muito sóbrio, desde o ambiente nos locais de votação até o clima da
cidade. Os locais de votação não eram tão numerosos como hoje e por vezes
distantes da nossa casa. E exceto se eu estiver enganado, as eleições eram no Feriado de 15 de Novembro.
Para mim, votar era um ato tão importante que lembro o dia
que peguei meu título de eleitor. Foi marcante, vejo como se fosse hoje aquele balcão do Cartório Eleitoral, paredes com um
branco digamos, não tão branco assim e divisórias cinzentas. Na saída olhava
todo orgulho para o meu título. Tinha foto acreditem.
No entanto, o orgulho de eleitor foi diminuindo com o passar
do tempo. Não é por menos, basta ler
qualquer jornal dos últimos anos sobre políticos do nosso Brasil e não há nada
para se orgulhar.
E também não adianta aquela conversa mole de que cada povo
tem o político que merece. Embora o Pelé em sua clássica afirmação: “o povo não
sabe votar” tenha um pouco de razão.
Eu estou convencido da existência de “grupos de eleitores”,
que são criados pelos Políticos “chaves” e após calcularem de quantos votos
precisam para serem eleitos definem os “grupos de eleitores” e quem serão os
“eleitos”. Eventualmente surgem os “Eneás”, “Clodovil”, os “Tiriricas” que desviam alguns dos votos
já calculados.
Para mim, o mundo político é um mundo de cartas marcadas.
Essas “brigas” pelo voto são apenas uma encenação. E nós somos uma massa manipulável e entramos
nas regras do jogo. Regras essas que nem sequer conhecemos.
Duvída? Vamos aos fatos. A Prefeitura de São Paulo é
disputada por 12 candidatos, isso mesmo, 12 candidatos. E aproveito para
perguntar: Você sabe quem são esses 12?
Fez uma avaliação de cada um? Buscou informações sobre suas atuações na vida
pública e na “privada”? Certamente não. Mas o nome de pelo menos os 4 mais
prováveis vencedores você sabe. O que leva você a nem olhar o Manso? É tem um candidato Manso. Eu escrevi "Manso" e não "Ganço", que também está igual a político, não faz nada.
Qual motivo disso? Seria o seu desinteresse por Política? Na verdade, não. Porém seja lá o que for, você,
eu e toda uma massa de eleitores somos, de forma imperceptível, agir exatamente
como agimos a cada eleição e que nos levam a optar por um voto sem a devida
análise e muito mais por uma força de mídia e outras forças ocultas.
Nunca antes na história desse país tivemos uma quantidade de
partidos como as que temos agora. Em São Paulo são uns 20 na disputa eleitoral.
Da mesma forma que os candidatos, aposto que você não conhece todos. Aproveitando,
você conhece o PPL? Não é o Partido dos Porr.... Louc.... não, é o Partido da
Pátria Livre. Ué, não nos ensinaram na escola que no dia 7 de Setembro 1822 a
nossa Pátria ficou livre? Então a que Pátria esse partido se refere? E se não estamos livres, o que estão fazendo
para nossa liberdade?
Qual motivo de tantos Partidos? Seria os benefícios financeiros
do Fundo Partidário? Ah vá! Você não sabe o que é e nem como funciona o Fundo Partidário?
É um fundo especial de assistência financeira aos partidos políticos. Detalhe:
esse fundo é formado com o nosso
dinheiro.
De qualquer forma, o que quero manifestar aqui é a opinião de
que por mais democrático que nosso processo eleitoral possa parecer, na verdade
na hora do nosso voto somos iguais aquelas pessoas em programa de televisão,
presos a uma cabine a prova de som onde devemos gritar “SIM” ou “NÃO” e só
depois vamos ver se a nossa teve alguma dose de sorte. Nada mais além disso.
Será que somos assim tão manipuláveis?
Talvez sejamos, mas não devido ao mundo atual e seus
valores. Vejam só o trecho contido no livro o Príncipe de Maquiavel (1469-1527), tem quase 500 anos que ele
morreu, mas atente ao que escreveu:
“O quão louvável é que
um príncipe honre a sua palavra e viva de uma forma íntegra, cada qual o
compreenderá. Todavia, a experiência nos faz ver que, nesses tempos (minhas licenças, gente: são 500 anos atrás) os príncipes que mais se destacaram pouco se preocuparam em honrar suas
promessas; que, além disso, eles souberam, com astúcia, ludibriar a opinião
pública.”
Minha gente, precisamos de alguma forma aprender um pouco
mais de Política. Participar mais da vida pública. A minha sugestão é pelo menos você registrar em quem votou para depois cobra-lo como seu legítimo representante.
Sabe meu povo, gostando ou não, os políticos somos nós.
Brasileiros e brasileiras, boas eleições.
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