O filósofo Arthur Schopenhaeur (1788-1860) em seu livro “Do
mundo como vontade e representação”, destaca que: Viver é Sofrer.
De imediato, discordei. No entanto, lendo seus argumentos
para sustentar sua teoria, Schopenhaeur, coloca que partindo de nossas
vontades, todo obstáculo para a sua realização é sofrimento e o sucesso da
realização da vontade é a felicidade.
Portanto, ele conclui que cada aspiração ou vontade nasce de
um descontentamento e daí nasce o sofrimento, até que essa vontade seja
satisfeita e aí a felicidade. Porém, se não houver sofrimento não haverá vontade
e não haverá vida.
Assim, para ele, o sofrimento é a razão de viver. Será que viver é mesmo sofrer? Vamos então
convocar o Dante em sua Divina Comédia. O Inferno está cheio de sofrimentos,
seria a vida terrena? Na Divina Comédia o Paraíso está dividido em material e
espiritual, ou seja, parte da felicidade nem está na vida terrena.
Coisa doida, não é? Então vamos aos dias de hoje. Como foi o
seu dia? Pare um pouco agora e faça um quadro dividido em duas partes. Na
primeira coloque fatos e eventos que lhe proporcionaram sensação de alegria e
felicidade. Na outra parte coloque aqueles que resultaram em sensação de
tristeza e sofrimento.
Se você conseguir achar eventos de felicidade você é um
diferenciado. Se achar um único já é motivo para ser invejado. Não vale as sensações de alegria quando seu
time do seu esporte favorito vence um campeonato ou se seu político preferido
ganhou as eleições. Também não vale comemorar a vitoria do seu Brother ou
Sister do BBB. Tem que ser uma conquista sua.
Agora, no lado de tristezas e sofrimentos devem ter alguns,
não é? Seja a pressão no trabalho, a incompreensão da pessoa amada, de algum
desafeto na família ou com pessoas do seu relacionamento. Contas a pagar, objetos de desejo com
pequenas possibilidades de serem conquistados dentro do seu cenário atual.
Situação precária de trânsito e transporte, clima, juros, inflação, violência,
metas de trabalho, injustiças presenciadas, fantasmas que criamos, ilusões.
Difícil, não é? E isso, sem contar doenças e outras restrições.
O Frei Anselmo Fracasso, em seu livro A Arte de Viver Feliz, escrito em 1988,
destaca: “Neste mundo não há felicidade plena nem perfeita.”
O que nos resta então é concordar com o Sr Schopenhaeur?
Seria viver, sofrer? O ser humano é movido a sofrimento? A dor é o motor da
nossa vida?
Na visão de Dante e do Frei Anselmo a felicidade não é aqui.
Mas, quem garante que seremos felizes depois de mortos? Essa resposta depende
da sua linha religiosa, é claro.
Mas será que isso seria apenas um consolo uma vez que as
suas chances de conquistar o que você considera suficiente para ser feliz são
pequenas e o tempo de sua vida terrena está correndo, correndo, correndo?
De fato, estou quase concordando com o Sr Schopenhaeur. Mas,
terei a ousadia de discordar e tentar basear meu argumento. Para mim, a
Felicidade é uma sensação de bem estar a qual você sente conforme os parâmetros
que você estabelece. O que é ser feliz para você pode não ser para outro. Os
voluntários de entidades de saúde, exemplo Cruz Vermelha, convivem com a dor e
o sofrimento a todo instante. Para eles o raro sorriso de um paciente é
suficiente para sua sensação de felicidade, bem como, saber que conseguiram
enganar a morte que cerca seus pacientes é outro bom motivo para a felicidade.
Para muitos a felicidade é simplesmente o fazer nada. A
felicidade depende de nós. Agora, também de nada adianta você ter uma lista de
desejos se dia após dia você nada fizer para conquistá-los.
Eu ouso afirmar que a felicidade está no controle das suas
mãos, das suas ações. Você decide o que é felicidade para você e a partir daí,
vai a luta.
Não se renda as “conspirações” sociais, religiosas e de toda
a mídia em que você está exposto. Tenha seus valores, suas vontades e seja
feliz.
Acredito que temos um "vislumbre" da felicidade, os parâmetros criados e\ou modificados de como viver feliz criados pelo ser humano deturpou a idéia de felicidade! Outras interferências e consequências de nossas escolhas também limitaram a felicidade de nossa essência que deveria ser plena! Mas eu ainda tenho esperanças de viver essa felicidade plena perdida pela humanidade!
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