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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Filosofia na Plataforma do Trem




Nesta segunda feira, 18 de Fevereiro de 2013 a cidade de São Paulo foi atingida por fortes chuvas. Aliás, sempre choveu e sempre choverá nessa época, ou seja, não é surpresa para ninguém, em especial para o poder público.

Em São Paulo após uma grande tempestade, seguem os transtornos. Entre os tantos, um em específico ocorreu na linha 9 Esmeralda da Cia de Trens Metropolitanos (CPTM) alimentação de energia comprometida,  velocidade reduzida e maior tempo de parada dos trens, super lotação nas plataformas e nos vagões. A CPTM diante do transtorno adotou seu programa de emergência, anunciava mensagens, destacou profissionais para orientar os usuários e tudo mais.

De acordo com uma Regra 1 da Física Ferroviária, num vagão cabe gente para xuxu. E a Regra 2 da Física Ferroviária diz: num vagão não cabe gente para dedel, onde:


DEDEL = (XUXU)xuxu


Então o que faz um ser racional querer entrar num vagão que está no limite do “gente para dedel”?
O que leva um ser racional aguentar  ter sua bochecha transformada num disco de pizza junto a porta do trem?

Em primeiro e mais forte lugar, o que leva é uma competição intuitiva na base do “esse lugar” é meu e vou pegar ele antes de você, que move, sem perceber, cada indivíduo para dentro do vagão tal como para dentro de um local com poucos alimentos após dias sem comer.

Naquela plataforma, centenas de pessoas, mesmo com objetivo comum, na prática estão movidas a um interesse e querer individual o qual prevalece sobre tudo, incluindo as regras da Física Ferroviária.

E assim, amontoados todos chegam felizes em seus destinos, pois esse era o objetivo: chegar, não importando como.

Esta situação justifica a não ocorrência de nenhum protesto organizado pelos usuários da CPTM.
Enquanto isso, um grupo de pessoas organizam protestos contra a blogueira cubana. Não duvidaria se a maioria destes protestantes sequer entendem o que é ser blogueira e muito menos onde fica Cuba. Da mesma forma, se um time qualquer de Futebol não atender as expectativas do torcedor, haverão protestos , pixachões entre outros.

Hoje quarta feira 20/02/2013 os trens na Linha 9 ainda continuam operando com restrições e... nenhuma manifestação.

Qual seria o mistério destas situações do comportamento humano em aceitar certas coisas e não aceitar outras? Com certeza existem várias teorias para essa resposta. E aqui vou apresentar uma  opinião “kantiana”.

O ser humano que sofre com o trem, entende que seu sofrimento encerra quando sai do trem e assim, com o sofrimento encerrado qual o motivo de protestar? Respondo: Nenhum.

Por outro lado, o ser humano como torcedor e inconformado com a situação desfavorável de seu time, não tem a sensação de sofrimento encerrado em especial a cada nova derrota. Assim, um protesto dá ao ser a ideia de uma ação visando o encerramento de seu sofrimento. Ele acredita ser capaz de alterar a condição sofrível de seu time, mesmo sem nunca marcar um golzinho sequer por ele.

E o ser humano quanto protestante contra a blogueira... Blogueira o que é isso? O que estamos fazendo aqui com esses cartazes “I love Fidel”.  Cadê a quentinha?

  • Dedico este texto aos Operadores de Embarque da CPTM.
  • Foto: Tirada por mim na segunda 18/02/2013 na Plataforma da Estação Berrini durante a "muvuca".



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