Em Março de 2009 publiquei neste blog o texto no “Carnaval
pode” onde eu destacava as tolerâncias da sociedade nos dias de folia.
Após 4 anos, as tolerâncias são as mesmas. A única diferença
é o aumenta o número de pessoas sabendo que os dias de Carnaval não são
feriados oficiais.
De propósito ou não é curioso esse fato, pois comprova a
tolerância geral característica desses dias. Afinal segunda e terça são dias normais
de trabalho e se você não comparecer no trabalho terá o registro de falta.
Sim,
assim seria se fosse uma segunda e terça qualquer. Mas para a grande maioria na
próxima semana pode faltar que nada vai acontecer.
Qual será a magia que faz surgir nos dias do Carnaval uma
tolerência tanto das autoridades quanto da sociedade? Tolerência essa, capaz de
fazer você, eu e todo mundo abandonar completamente os preconceitos inclusive os de
moralidade?
Para o sociólogo Roberto Da Matta em seu livro Carnavais,
Malandros e Outros Heróis, no Carnaval todas as diferenças são retiradas. O
rico pode virar pobre e este pode virar rei. Enfim no Carvanal você tem a
chance de escolher e ser o que quiser.
Com isso, você abandona todos os seus preconceitos em
especial os morais. Será que estamos errados no Carnaval ou no dia a dia? Não
seria melhor vivermos todos os dias como se fossem dias de Carnaval?
A resposta eu afirmo: sim seria melhor viver assim. Contudo,
nem todos seriam capazes de entender os limites e excessos seriam inevitáveis. É
aí que a Lei entra em ação. Em 361 dias, temos que seguir inúmeras leis,
conceitos, preconceitos, e grandes ditaduras em nossas casas, nossos
escritórios, em nossos templos religiosos, no condomínio, na sua rua, em todos
o lugares só por um simples motivo: não somos capazes de viver sem todas essas
regras, exceto nos 4 dias de Carnaval.
De tudo isso também vem a pergunta, se só no Carnaval
podemos ser quem queremos ser e somente nestes das há tolerância do meio para
nós, então todos os demais dias não vivemos como queremos, então por que e para
que vivemos? Para atender aos preceitos que os outros toleram? Fazendo as
contas 4 para 361 é 1%, ou seja, você pode viver o que quer ser em 1% do anos.
Nos demais 99% você tem que ser alguém que por vezes não será exatamente o que
você quer.
Se o que você quer ser nos demais dias for igual ao que
querem que você seja, terá sido uma coincidência e não a sua libertação, tal como a rima, “mundo
mundo vasto mundo, se me chamasse Raimundo seria uma rima e não uma solução.”
Foto: Tirada no Carnaval de 2012 junto com a querida esposa e nosso queridíssimo Bono Vox Batata que este ano desfilará no Céu na Escola de Samba Unidos de São Francisco de Assis.
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