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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Somos no muro, apenas mais um tijolo






Hoje pela manhã saindo da estação de trem de repente me deparei em meio a pessoas caminhando na mesma direção e em minha mente veio a música do Pink Floyd, Another brick in the wall)

Me senti dentro do video clip dessa música como muitos que estão no Youtube (um deles no endereço: http://www.vagalume.com.br/pink-floyd/another-brick-in-the-wall-traducao.html) onde crianças caminham na mesma direção de forma alienada como se estivessem em transe. E enquanto eu caminhava naquela estação o intrigante refrão ...

Hey! Teachers! Leave us kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall.”

... parecia invadir todo o meu pensamento tal como uma lavagem cerebral. 

E ao tentar combater essa tentativa de lavagem através de questionamentos, conclui que não há o que lutar contra a lavagem cerebral. Ela já está feita.

Eu e todos que ali caminhavam já estamos com nossas mentes devidamente condicionadas. Passo por passo vamos todos em direção a um lugar que certamente é contrária a nossa mais pura vontade.

Afinal o que estamos fazendo aqui? A caminho trabalho, seria a resposta da maioria. Mas, contra perguntando: “Por qual motivo?”

Por acaso é de livre e espontânea vontade que estamos a caminho do nosso trabalho? Aposto que existem muitos motivos antes de vir a hipócrita resposta, faço o que gosto. Convenhamos, quem gosta de pegar um trem lotado, ficar lá dentro quase uma hora ir para um ambiente hostil, competitivo, sob total pressão, por vezes se almoçar fazê-lo correndo, brigar e conflitar com várias pessoas, receber corretivos da chefia, e um outro tanto de contratempos e ainda ao final afirmar: faço o que gosto?

Tenho certeza que lavaram nossas mentes. Partindo desse questionamento e indo além,  experimente  substituir o Teacher por “Políticos” e as kids por “Nós”, ficaria algo como:

“Ei! Políticos! Deixem-nos em paz.”

Todos já lavaram nossas mentes. Nós não queremos o que de fato queremos. Nós queremos o que querem que nós queremos.

E quem são os que querem por nós? São os que tem melhores condições no aproveitamento das vantagens e não pretendem alterar a situação.

Em recente passagem da nossa história no Brasil, um líder sindical quis lutar contra esses que querem por nós. Após alguns anos esse líder alterou sua posição no sistema social e passou a ser um dos que querem por nós.

A questão é que enquanto povo somos igual a pólvora. Se separados grão a grão somos um grande nada. Porém se juntarmos podemos por tudo pelos ares.

Atualmente os que querem por nós, molham essa pólvora e com o uso das mais diversas bolsas  nos acondicionam e nos acomodam. Nos manipulam com todo o cuidado e assim, nós não explodimos.

O Filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778) questionava: Como um homem pode ser livre e obrigado a conformar-se com vontades que não são suas?

Ao ver e participar daquela caminhada, alienada e sem vontade,  concluo que não somos livres e nunca seremos. Estaremos sempre em movimentos  conforme a vontade daqueles que querem por nós.

E exceto se você mudar de lugar, a única coisa que nos resta é ser no muro, mais um tijolo.

Foto: Tirada por mim na Estação Berrini da CPTM.

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