Hoje pela manhã saindo da estação de trem de repente me
deparei em meio a pessoas caminhando na mesma direção e em minha mente veio a
música do Pink Floyd, Another brick in the wall)
Me senti dentro do video clip dessa música como muitos que
estão no Youtube (um deles no endereço: http://www.vagalume.com.br/pink-floyd/another-brick-in-the-wall-traducao.html)
onde crianças caminham na mesma direção de forma alienada como se estivessem em
transe. E enquanto eu caminhava naquela estação o intrigante refrão ...
“Hey! Teachers! Leave us
kids alone!
All
in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall.”
... parecia invadir todo o meu pensamento tal como uma
lavagem cerebral.
E ao tentar combater essa tentativa de lavagem através de
questionamentos, conclui que não há o que lutar contra a lavagem cerebral. Ela
já está feita.
Eu e todos que ali caminhavam já estamos com nossas mentes
devidamente condicionadas. Passo por passo vamos todos em direção a um lugar
que certamente é contrária a nossa mais pura vontade.
Afinal o que estamos fazendo aqui? A caminho trabalho, seria
a resposta da maioria. Mas, contra perguntando: “Por qual motivo?”
Por acaso é de livre e espontânea vontade que estamos a
caminho do nosso trabalho? Aposto que existem muitos motivos antes de vir a
hipócrita resposta, faço o que gosto. Convenhamos, quem gosta de pegar um trem
lotado, ficar lá dentro quase uma hora ir para um ambiente hostil, competitivo,
sob total pressão, por vezes se almoçar fazê-lo correndo, brigar e conflitar
com várias pessoas, receber corretivos da chefia, e um outro tanto de
contratempos e ainda ao final afirmar: faço o que gosto?
Tenho certeza que lavaram nossas mentes. Partindo desse
questionamento e indo além, experimente substituir o Teacher por “Políticos” e as kids
por “Nós”, ficaria algo como:
“Ei! Políticos! Deixem-nos em paz.”
Todos já lavaram nossas mentes. Nós não queremos o que de
fato queremos. Nós queremos o que querem que nós queremos.
E quem são os que querem por nós? São os que tem melhores
condições no aproveitamento das vantagens e não pretendem alterar a situação.
Em recente passagem da nossa história no Brasil, um líder
sindical quis lutar contra esses que querem por nós. Após alguns anos esse
líder alterou sua posição no sistema social e passou a ser um dos que querem
por nós.
A questão é que enquanto povo somos igual a pólvora. Se
separados grão a grão somos um grande nada. Porém se juntarmos podemos por tudo
pelos ares.
Atualmente os que querem por nós, molham essa pólvora e com
o uso das mais diversas bolsas nos
acondicionam e nos acomodam. Nos manipulam com todo o cuidado e assim, nós não
explodimos.
O Filósofo Jean Jacques Rousseau (1712-1778) questionava:
Como um homem pode ser livre e obrigado a conformar-se com vontades que não são
suas?
Ao ver e participar daquela caminhada, alienada e sem
vontade, concluo que não somos livres e nunca
seremos. Estaremos sempre em movimentos conforme a vontade daqueles que querem por
nós.
E exceto se você mudar de lugar, a única coisa que nos resta
é ser no muro, mais um tijolo.
Foto: Tirada por mim na Estação Berrini da CPTM.
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