Esta semana tive a oportunidade de assistir a uma palestra
com o tema: “As perspectivas do Exército
Brasileiro como guardião de nossas fronteiras e do setor produtivo”. Diante desse
tema, não nego como principal fator motivador de comparecer em entender a
abrangência do tema proposto. Afinal, Exército é associado a guerra, defesa da
nação, mas como guardião do setor produtivo?
No entanto, bastaram os primeiros minutos da apresentação e
eu já estava com outra visão sobre o Exército por suas inúmeras atividades:
Missão de Paz (ONU), engenharia, fronteiras, defesa do meio ambiente, presença
atuante na Amazônia, ações assistenciais em situações de emergência e também
ações na segurança pública. Enfim, uma lista de atividades e nenhuma voltada
para a guerra.
Durante a apresentação comecei a refletir sobre o quanto nos
enganamos e nos deixamos enganar. A minha geração durante muito tempo via no
Exército uma memória para o Regime Militar decorrente do Golpe Militar de 1964,
que teve em seus Decretos a suspensão de direitos constitucionais e o
fechamento do Congresso da época. Talvez, por isso, qualquer tema envolvendo
Forças Armadas ainda hoje é tratado com muita cautela.
Por outro lado, nos dias atuais, qualquer pesquisa apontaria
um elevado grau de confiança do povo brasileiro na Instituição Exército. Em que
pese essa confiança, eu não tenho a menor ideia de quem é o Comandante Geral do
Exército Brasileiro, mas sei o nome de pelo menos uns 3 Comandantes não
brasileiros nas Américas, Colim Powell (Estados Unidos), Fidel (Cuba), e o
recente falecido Chaves (Venezuela). E aproveitando, o atual Comandante do Exército
Brasileiro é o General Enzo Martins Peri . (www.exercito.gov.br)
Mas, voltando a reflexão sobre nos deixar enganar, será que
entendemos como verdadeiro somente o que nos é mostrado? E o que não nos
mostram, não é verdadeiro? E adaptando partes dos escritos de Rene Descartes
(Filósofo Francês 1596-1650), “para ouvir sons ou cheirar perfumes não
precisamos de nossos olhos.”, e mesmo quando vemos, será que o estamos vendo é
de fato real? Quando vemos o sol temos a certeza do seu tamanho?
Então até que ponto tudo o que enxergamos é verdadeiro? E se
considerarmos que tudo o que é verdadeiro não é totalmente visível para nós,
então o que é vemos?
Quanto será que estamos condicionados a ver e aceitar
verdades não verdadeiras?
No caso específico do Exército, estou certo de que você não
tem a visão do que é a realidade do Exército em nossas vidas e o quanto são guardiões
de nossas fronteiras e do nosso setor produtivo. E indo mais além, são
guardiões dos nossos direitos constitucionais. E acredito que nunca teremos
propagandas na mídia de massa sobre o Exército ou qualquer Força Armada, mas
sempre seremos massacrados com horários eleitorais gratuitos que tem por
principal função nos impedir de encontrar a verdade.
Quantos outros pontos importantes e fundamentais em nossas
vidas, estamos condicionados a não exergar e mais, a acatar como verdadeiro
tudo o que nos mostram. Em um outro exemplo, nosso Governo atualmente está
propagando o fim da pobreza extrema e ainda nos solicitam ajuda-los a encontrar
quem ainda está na pobreza extrema, como se encontrar alguém em situação
indigna, fosse algo raríssimo de ser encontrado.
Bem, basta uma caminhada sob o
elevado Costa e Silva (Minhocão) em São Paulo e vamos encontrar brasileiros não
somente na pobreza extrema, mas também na desgraça extrema.
Não defendo que devemos duvidar de tudo o que nos mostram e
nos informam, mas também não podemos aceitar como verdade somente o que vemos.
E aproveitando o Exército, proponho um exercício, anote o
que você pensa sobre a instituição e suas ações. Depois pesquise na mídia, nos
sites de busca, nos livros, faça uma visita a alguma unidade militar, converse,
se puder conviva, atue junto. Estou certo que após um tempo adquirindo
conhecimento sua nova anotação sobre o que você pensa estará totalmente
diferente. Porém com um detalhe ainda provocante: será que o novo perfil de
pensamento é a verdade?
Em futuros textos pretendo discutir sobre verdade, por
enquanto, estou satisfeito se você leu até aqui e da mesma forma que aconteceu
comigo, vai desconfiar do que vê e do que é mostrado.
Dedico este texto a todos os profissionais de nossas Forças
Armadas, em especial ao Exército Brasileiro na pessoa do Comandante da Região
Sudeste do Exército Brasileiro, o General Adhemar da Costa Machado Filho.
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