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domingo, 24 de março de 2013

E lá se vai o primeiro trimestre de 2013




Em 31 de Dezembro de 2012 publiquei o texto Feliz 2013 onde comento sobre as reflexões e planos que fazemos no final do ano.

No texto coloco que atuaria como um vendedor atrás das metas, sendo a principal delas, ser Feliz todos os dias. Mas, acho que preciso ajustar as metas. Já se vai o primeiro trimestre e quando comecei a escrever este duvidei a acreditar que já se foram quase 90 dias de 2013, e em termos matemáticos já se foi 25% do ano.

Nos primeiros 90 dias de 2013 tive alguns felizes, mas ainda não foi dentro das expectativas de final de ano. Seria tão difícil ser feliz? Eu que já questionei a existência da felicidade, volto a perguntar: Será que ela existe mesmo? Quanto tempo o homem vive buscando ser feliz. Para muitos filósofos, poetas e compositores, entre estes o também cantor brega Odair José “Felicidade não existe o que existe na vida são momentos felizes.” (ficou curioso visite: http://letras.mus.br/odair-jose/357667/).

Então precisamos potencializar os momentos felizes e fazer com que sejam em maior quantidade que os demais momentos. Simples, não? Pois é, essa é a questão. Isso não é tão simples assim.

Por vezes questiono como conseguir estes momentos felizes se praticamente tudo o que interfere nisso não depende apenas de decisões ou escolhas próprias.

Boa parte, e talvez a maior parte da nossa vida é interferência de fatores externos. Acredito muito que nós somos levados pela casualidade dos fatos. Entendo aqui casualidade como uma sequencia de fatos fora do nosso controle e que nos carregam. Se por onde nos carregar for de nosso agrado estaremos felizes. Se contrário, não estaremos felizes.

A casualidade não vê cara, coração, merecimento, ela é imune a emoção. É um carro sem controle, anda e para, acelera e desacelera por vontade própria como um ser, porém sem vida.

Talvez o mundo seja na verdade uma sequência de casualidades na qual você faz parte e conforme o local e data do seu nascimento você já estará com toda a sua existência definida. Exceto é claro, se a casualidade resolver alterar seu destino.

A melhor forma de visualizar a casualidade é nas grandes tragédias, como a da boate Kiss, de acidentes aéreos, atentados, enfim das que registram centenas de mortes. O que todos os mortos tinham de comum? Tinham de comum a casualidade de estarem juntos no momento da tragédia. Quem entre eles era o melhor em caridade, humildade, inteligência? Quem entre eles era mais desonesto, vagabundo, ladrão? Nada disso importa, todos igualmente morreram juntos, por mera casualidade.

Sim casualidade. Cada um com a sua, mas todos com a casualidade de estarem lá, naquele dia, naquela hora, independente de suas próprias vontades, de suas habilidades, qualidades, de seus defeitos, enfim nada, absolutamente nada de seus passados bons ou maus interferiu no momento de casualmente estarem lá e morrerem todos por um capricho da casualidade. A grande dominadora de nossas vidas.

O filósofo Immanuel Kant registra “o tempo passado não está mais em meu poder, cada ação que pratico tem que ser necessária mediante fundamentos determinantes que não estão em meu poder” e conclui “jamais sou livre no momento em que ajo” e confirma “estou sempre sob a necessidade de ser determinado a agir mediante aquilo que não está em meu poder”

Então temos agora mais um fato complicador para encontrar os momentos felizes. Além de serem raros, 
nossas ações não são independentes e ainda tem uma tal casualidade fora de nossos controles.

Então será que minha meta para 2013 precisa ser revista, já que felicidade é algo assim tão difícil? Não, não vou rever minhas metas, vou é renova-las. Temos ainda mais 3 trimestres de 2013 e continuo no desejo de fazer cada dia um dia feliz. O que preciso é encontrar meios de tentar ser pelo menos um pouco independente da casualidade ou tentar fazer com que ela caminhe a meu favor.

Ainda citando Kant, “Felicidade é o estado de um ente racional no mundo para o qual, no todo de sua existência, tudo se passa segundo seu desejo e vontade e depende, pois, da concordância da natureza com todo o seu fim.”

Esse Kant já está me irritando... mas, eu aprecio seus pensamentos. Aliás me levam a acrescentar mais um desafio para atingir a meta de 2013: procurar um entendimento e alinhamento com a natureza. Talvez ela se relacione bem com a senhora casualidade.

Feliz próximos 3 trimestres de 2013. Forte abraço a todos.

Citações de Immanuel Kant, em Crítica da Razão Prática.
Foto: Tirada por mim em 22/03/13 da fachada de um edifício em São Paulo.

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