Seja Bem Vindo

Este blog tem por objetivo expressar opinões, sentimentos, conselhos e emoções, como se estivesse conversando com amigos em um café ou em um descontraído boteco.

terça-feira, 4 de março de 2014

Marchinhas de Carnaval Antigas versus o "Politicamente Correto"



De repente parece que tudo o que você fala ou escreve está sujeito a julgamento por “juízes” metidos a “sóciochatos” e  ”chatologistas” de plantão.

A recente propaganda do CONAR (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária, www.conar.org) discute esse exagero de reclamações sobre o que divulgado na mídia, mas entendo que se aplica a dia a dia de cada um.

Parece que não há o mínimo tolerância, não é? Contudo o que há é uma individualidade de opiniões onde o que vale é a opinião do indivíduo quanto ao que “ele” e somente “ele” considera do seu agrado ou não.
E graças aos “sóciochatos” de plantão tivemos a criação do termo “Politicamente incorreto”. Seja qual o conceito a essa expressão na prática é uma “licença” para chamarem a sua atenção com carga de hipocrisia quando bem entenderem.

Mas, no Carnaval pelo menos até hoje, os sóciochatos não tiveram essa coragem hipócrita de descarregarem as críticas às tradicionais marcinhas.

Estas inocentes marchinhas que ultrapassam o tempo, nos alegraram quando crianças, jovens. Alegraram nossos filhos e alegrarão muitas e muitas gerações, parecem passar impunes pelos “sóciochatos” de plantão.

Veja o tom de apologia ao alcoolismo no “ Você pensa que cachaça é água”:

“Pode me faltar tudo na vida
Arroz, feijão e pão
Pode me faltar manteiga
E tudo mais não faz falta não
Pode me faltar o amor
(disto eu até acho graça)
Só não quero que me falte
A danada da cachaça”

E essa não é a única. Atenção para “As águas vão rolar”:

“As águas vão rolar
Garrafa cheia eu não quero ver sobrar
Eu passo mão na saca, saca, saca rolha
E bebo até me afogar.”

E a gozação homofóbica “Maria Sapatão”

“Maria Sapatão
Sapatão, Sapatão
De dia é Maria, de noite é João”

E o que dizer da “Olha a Cabeleira do Zezé”. Só por ter longos cabelos o rapaz é transviado e para curá-lo devemos cortar o cabelo dele? Parece mais uma prenúncio da hipócrita e descabida "Cura Gay".

E próximo ao Dia Internacional da Mulher qual seria o conceito sobre  a marchinha “Aurora”. O fato dela não ser assim tão sincera a condenou a perder todo um conforto que estava a sua volta. 

E para fechar como explicar que a “Pipa do Vovô não sobe mais”?
´
É felizmente, os “sóciochatos” não encontraram ecos ou forças para realizarem campanhas sugerindo mudança nas letras das marchinhas. Ainda bem que estão quietinhos ou ocupados demais em formar suas malvadezas sócio culturais, comportamentais e nem sabem que existem tais marchinhas.

Melhor para nós, assim o Carnaval continuará tendo graça e alegria por muito mais tempo e terá “tanto riso, ó quanta alegria...”

Bom Carnaval


domingo, 5 de janeiro de 2014

Feliz 2014



Então, mais uma passagem de Ano, reflexões e novas promessas. Por que fazemos novas e velhas promessas se nem conseguimos cumprir as já existentes? Talvez esse seja o motivo.

O fim de um ciclo do cronógrafo do tempo é como o encerramento de um jogo. Se o vencemos temos entusiasmo para vencer o próximo. Se o perdemos, realizamos uma reflexão para identificar os erros e tentar outros meios para vencer.

Contudo, embora alguns assim pensem a vida não é um jogo. É um ciclo, mas não é um jogo.  E isso dificulta entender os momentos de vitória ou de derrota. E nesse ponto a passagem de Ano Novo nos provoca essa falsa idéia de encerramento e reinício. Mesmo não sendo real é um bom momento para correções.

Porém o que mais nos frustra é compreender que nem tudo depende somente de nossos atos e que a vida é um grande mistério. São vários fatos e pessoas, ligadas ou não a nós, e que influenciam, querendo ou não, para o bem ou para o mal do nosso presente e futuro. Muitos chamam isso de destino, “mão de Deus”, obra do acaso...

O Filósofo Baruch Spinosa (1637-1677) afirmava que era ilusão imaginar que escolhemos livremente o que fazemos e que temos controle sobre nossas vidas, simplesmente reagimos aos acontecimentos.

E ainda segundo Spinosa, o melhor que temos a fazer é levar as emoções surgirem das nossas escolhas, e não dos eventos externos. Mesmo que essas escolhas jamais possam ser plenamente livres.

Seja de forma livre, ilusória ou como for, nossa vida é levada por nossas decisões. Então precisamos estar atentos as influências que irão determinar nossas decisões. Somente assim teremos a sensação de boas realizações.

Se as decisões foram corretas ou não, nem sempre saberemos. Mas, foram tomadas e isso é o que importa.

Feliz 2014.


Foto: Darrell Champlin publicada na página Coisas de Santos no Facebook 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Então é Natal...




Nesta época não  há como escapar da canção interpretada por Simone, “Então é Natal, o que você fez...” Além do canto das cigarras, desde 1995 este é o som que chega junto com o Natal. Várias lojas, emissoras de rádio e uma grande variedade de meios de entretenimento seja por gozação ou por transmissão da mensagem de Natal, essa música sempre está no ar.

Desde seu lançamento foram vendidas quase 1,5 de cópias na versão brasileira e 2 milhões de cópias em espanhol. E embora você não tenha sido um dos compradores, certamente tem alguém na família ou um amigo dono de um CD desses.

Este ano tive a podemos assim dizer a oportunidade de ouvir a canção sem preconceito e de resistir até o seu fim.

Prestando um pouco de atenção já começa com o “O que você fez?” bem próximo de um dos traumas que nossos pais e toda nossa família e até mesmo toda uma sociedade colocam em nós quando crianças. Quem nunca ouviu a ameaça: “Comporte-se bem, seja bonzinho, senão... senão Papai Noel não vai te dar presente.”

É ou não é um bom trauma infantil e que depois de adultos o que fazemos? Transmitimos para nossos filhos, sobrinhos, afilhados, filhos dos amigos e até de inimigos.

Na sequencia a letra na versão em português nos trás uma mensagem de igualdade:

“Então é Natal, pro enfermo e pro são.  Pro rico e pro pobre, num só coração,. Então é Natal, pro branco e pro negro.”

No final temos:  “Harehama, há quem ama...” Não encontrei o significado de “Harehama” talvez seja um mantra. Contudo, traz uma mensagem de esperança por acreditar que ainda exista quem ama e aqui certamente é o amor ao próximo.

E bem no finalzinho “Hiroshima, Nagasaki, Mururoa...” mensagem de paz. Não há quem não entenda os nomes das cidades de Hiroshima e Nagasaki como sendo marcas da estupidez humana e da hipócrita afirmação de que só a guerra é que traz a paz.

E Mururoa? Essa eu pesquisei é um lugar nos arquipélagos da Polinésia Francesa onde eram realizados testes nucleares pela França.

Se foi Claudio Rabello o autor da versão brasileira ou se foi a própria Simone de forma espontânea ter adicionado esse final não sei, mas que a mensagem é de Paz, muita Paz isso não há dúvida.

Está vendo como vale a pena, mesmo que pareça tortura, ouvir uma boa música até o fim?

A propósito, o que vem depois de “Prepara...”?

Feliz Natal a todos.


domingo, 10 de novembro de 2013

Morte é Vida?





Em novembro é celebrado o Dia de Finados. Data para relembrar amigos, parentes e outros entes queridos falecidos. Neste dia visitamos seus túmulos, mini capelas e locais de suas cinzas. Enfim, neste dia parece que buscamos um encontro com que nunca mais iremos ver na sua forma humana. É dia de oferecer novas flores, velas, uma limpeza na lápide. Uma forma transcendental de carinho independente de credo, classe social e outros hábitos e costumes. Uma tentativa de oferecer um conforto material para quem jamais o receberá.

Então por quais motivos agimos assim nesse dia? Carinho? Saudade? Remorso? Uma tentativa de oferecer em morte o que não foi oferecido em vida?

No dia de Finados tem um outro ponto a ser destacado. Neste dia convivemos pacificamente e sem medo com quem mais tememos: a morte.

E por qual motivo tememos a morte, se ela é certa? Será a influência religiosa, onde muitas associam morte a fracasso? Será o nosso medo marcado pela angústia de como viverão nossos entes queridos com nossa ausência?

Desde crianças somos ensinados a temer a morte a ponto desse temor nos produzir a falsa sensação de que nunca morreremos e a considerar um forte tabu a sua discussão.

Para Heidegger, Filósofo Alemão do Século XX, a morte plenifica a existência. Na Revista Filosofia de Outubro 2013, no artigo “Sobre a Necessidade de Morrer”, os Professores de Filosofia Mateus Ramos Cardoso e Wellington Lima Amorim destacam: “A morte não deveria ser vista como uma surpresa, mas como uma possibilidade sempre presente em nosso cotidiano, uma vez que ela ocorre dentro do mundo, ela vem ao nosso encontro e nós vamos ao encontro dela.” Eles também reforçam: “Não falar da morte não faz você mais imortal.”

Para Schopenhauer, Filósofo Alemão do Século XIX “Por mais temida que seja, a morte não pode ser um mal.”

Na minha opinião, antes de encarar a morte, precisamos estar cientes de nossa finitude. Encarar essa condição com naturalidade e não fugir das discussões sobre morte, não deixar de tratar assuntos que só podemos resolver vivos, não deixar de registrar a quem vive com você questões importantes para sua pós morte, como por exemplo ser ou não cremado, doar ou não órgãos.

Quem sabe se ao refletirmos sobre a morte não nos tornemos mais vivos.


Foto: Arquivo Pessoal tirada em 2012 durante minha visita a Cripta da Catedral da Sé (SP) cultura em mármore: Jó, o afligido do Senhor, por Francisco Leopoldo.

domingo, 29 de setembro de 2013

Se Conselho fosse bom...


Um dos indicativos de que estou ficando velho é o número de vezes que sou abordado para dar um conselho.

Mas, o que me concede uma autoridade para aconselhar e opinar sobre escolhas de outros?
Em geral recorremos a conselhos quando a dúvida é grande e estamos inseguros quanto as consequências das decisões que estamos para tomar.

Quando me pedem um conselho a primeira coisa que sinto é uma grande responsabilidade pelo impacto que a minha orientação poderá causar na vida daquela pessoa. Por outro lado sinto uma grande honra e a confirmação de que estou ficando com o “jeitão” de um senhor confiável e agradável.

Para Thomas Hobbes, filósofo inglês em seu livro Leviatã 1651, “Por mais capazes que os conselheiros sejam em qualquer negócio, o benefício de seu conselho, ao dar sua opinião a uma pessoa, é maior quando explicam suas razões.”

Embora Hobbes se referia a conselheiros escolhidos por governantes com o intuito de contribuírem com seus governos e na solução de conflitos não previstos em leis, associo o papel desse conselheiro quando somos convocados por alguém que confia em nós.

Contudo, será que todo conselho é bom?

Para Maquiavel, pensador do século XVI, “Um príncipe, portanto, deve sempre buscar conselho, mas apenas quando ele o quer, não quando o querem os outros.”

Então será que é sempre bom, ou só é quando queremos? Será ainda melhor se o conselho coincidir com o que estamos tendendo a decidir.

Na Revista Filosofia de Setembro/13 temos o artigo “Um desprendimento impossível” de André da Silva Bueno, sinólogo e Doutor em Filosofia, há um destaque:
“Precisamos nos desprender das coisas materiais; mas como, se são elas que nos sustentam?”

Então de adianta dar esse conselho para alguém?

O bom conselho então seria aquele onde são colocadas alternativas, mas sobretudo, aqueles que provocam a pessoa a refletir sobre os aspectos e consequências de sua decisão e mais do que isso assegurar confiança suficiente para ir frente.

Agora, se alguém que buscasse a glória pedisse um conselho ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche, este diria “Renuncia a vaidade, se aspiras verdadeiramente a glória.”; será que este conselho seria seguido?

Concluindo, conselho pode até ser bom, mas exige uma grande carga de responsabilidade. Mais do que isso, se você concede um conselho é porque lhe atribuíram uma autoridade a qual você nem sabia que a possuía. Quando pede, está concedendo essa autoridade a alguém na qual você tem uma enorme confiança.


Conselho é bom, contudo, vale destacar o que o filósofo Sêneca, nascido em 4 a. C. afirmou: “É inútil dar conselhos à um sábio e aconselhar um ignorante é perca de tempo.”

Foto: Arquivo Pessoal: Uma tarde no parque Trianon, Av Paulista - setembro/2012.

sábado, 14 de setembro de 2013

Heróis usam máscara. Bandidos também.



As manifestações populares que iniciaram em Junho deste ano já perderam seu principal objetivo que era de transmitir a insatisfação com as ações do Governo. Em momento algum essas manifestações eram contrárias ao Governo seja do âmbito Federal, Estadual ou embora tenha sido seu início, no Municipal.

Renato Nunes Bittencourt, Professor de Filosofia da UERJ, destaca em seu artigo A Força Multiplicadora da Multidão, publicado na Revista Filosofia de Agosto/13 “A multidão evidencia a crise da representação política em um momento histórico no qual as legendas políticas se afastaram das suas propostas fundamentais.”

A multidão esconde o sentimento e desejo individual e passa a ter uma representação e vontade própria, como afirmava  o Filósofo Jean Jacques Rosseau  (1712-1778), “Quando muitos homens reunidos se consideram como um só corpo, têm uma única vontade que ser refere à comum conservação e ao bem estar geral.”

Contudo, a sociedade brasileira é traumatizada pela Revolução de 1964, talvez por ter sido a última, pois antes dela outros conflitos populares formam nossa historio. De qualquer forma direta ou indiretamente somos todos influenciados por 1964. Os atuais governantes eram jovens nessa época e são medrosos com a comparação de ditador caso suas ações sejam contra a liberdade.

Liberdade que nunca existiu entre súditos e governantes e nunca existirá. Se concordarmos com Thomas Hobbes (1588-1679), como sendo Liberdade a ausência de empecilhos externos que podem tirar parte do poder de cada um de agir como quiser, então definitivamente não somos e nunca seremos livres.

A maior prova de não liberdade são as próprias leis que existem para garantir não as liberdades de expressão e sim para garantir que a liberdade individual não irá causar a subtração de seus bens ou a sua morte e de seus entes queridos. Quando um assassino age com a liberdade que ele considera ter, na prática ele está quebrando as leis do convívio social e será julgado e condenado para que outros não repitam. 

Assim, é até contraditório, mas quanto menos livre o homem é, melhor é para a sua própria sobrevivência.

Cabe, portanto, ao Estado nos proteger. E é aqui com ou sem trauma de revoluções que entram os conflitos paralelos das atuais manifestações.

O Governo é contratado por seu povo para controlar o individuo no povo, pois também conforme Hobbes, se cada um fizer tudo aquilo que tem direito, reinará a guerra entre os homens.

Apesar disso, as opiniões e a posição de cada indivíduo no momento atual o levam a julgar que o Governo na sua função de proteger a ordem geral está sendo mais ou menos violento. E quem representa essa ação é a Polícia, amparada por um conjunto de Leis. Quem estabelece as Leis são representantes eleitos pelo povo. Em suma, o povo faz as Leis que tiram sua liberdade.

Mas, ao meu ver, o que estamos assistindo não é mais a manifestação da multidão e sim lampejos de desejos individuais em nome dessa Liberdade que levam a atos de vandalismo e ainda mais, a buscar justificativas vazias para tais vontades individuais.

Entre essas justificativas, a de “heróis usam máscaras” um protesto contra a recente Lei que proíbe o uso de máscaras nas manifestações é uma das frases mais vazias e sem substância para justificar o ato contrário a Lei que mantém a ordem social.

Os heróis de máscara são personagens de lendas e estórias, dos quadrinhos e dos meios de entretenimento que talvez tivessem e tenham por objetivo despertar em cada um desde a esperança até a confiança em si mesmo através de uma nova imagem no mesmo espelho.

Por outro lado, bandidos usam máscaras para obstruir sua identificação pois sabem que estão fazendo algo ilícito e não querem julgamentos e penalizações por isso, e pretendem assim a continuidade das ações marginais as leis.

Porém se por um lado temos o temor do abuso do poder militar na manutenção da ordem, despertando os brados anti opressão mesmo diante de um Governo legitimamente não autoritário e regido pela democracia, por outro também não podemos fazer de nossas mãos instrumentos de destruição da coisa alheia e buscar para esses  atos um apoio fraco e vazio com frases de expressão que mais servem para marketizar o ato marginal do que para legitimar a sua ação.


O que nos rege, gostando ou não são leis e não frases que nada identificam e por vezes são vendas para o nosso pensar.


domingo, 1 de setembro de 2013

Você sabe com quem está falando?



Na Constituição Brasileira, somos todos iguais perante a lei. Mas, o que não é igual são os advogados contratados pelos brasileiros.

Esta diferença entre os advogados que você pode contratar é uma das formas do “Você sabe com quem está falando?”  que é na minha opinião a realidade de muitas sociedades, incluindo a nossa.

Você não é igual a todos. E mesmo que fosse, tem muita gente querendo ser e se achando ser superior a você.

Embora você não escute palavra por palavra a frase “Você sabe com quem está falando?” com certeza você ouve essa frase todos os dias e em várias situações.

Seja um político saindo ileso de uma condenação criminal, seja um manifestante danificando patrimônio alheio, seja um superior hierárquico, seja um estranho considerando ser superior a você, e muitas outras situações, cá entre nós, você ouve essa frase, mesmo quando não proferida palavra por palavra.

E o que você sente ouve? Ódio? Temor? Sentimento normal. É tão normal que para o Filósofo Nicolau 
Maquiavel declarava “É melhor ser temido do que ser amado.”

E não estou aqui querendo bancar o coitadinho. Com certeza, em algumas situações também nos colocamos em posição superior a de alguém e transmitimos a frase “Você sabe com quem está falando?”

O Sociólogo Roberto da Matta, em seu Livro Carnavais, Malandros e Heróis, registra que essa “mania” ocorre em todas as classes, destacando seu estudo onde até empregadas domésticas se utilizam dessa fórmula, identificando-se como suas patroas, colocando-se num ponto acima das pessoas, na base do “Eu trabalho para a Dona Tal.”

É evidente que se nitidamente alguém sabe ou sente é superior socialmente a você, seja qual for o tipo de relação tenham, as chances de você ser humilhado é bem maior.

Eu em particular, tenho plena certeza de que se fosse de uma classe social superior a que atualmente ocupo seria muito mais respeitado. E aqui não importaria o quão sou bom como pessoa ou como profissional. Bastaria ser de uma condição social considerada “alta” para ser mais respeitado.

Eu aposto com quem quiser, que quem tem situação social de alto nível se preocupa com o ditado popular: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo.”

É frases como “Quem você pensa quem é?”, “Onde você pensa que está?” além de muitas outras que ouvimos e sentimos diariamente para nos “enquadrar” na posição inferior de quem está lhe dizendo.
E com um triste detalhe:  Por melhor que seja a Legislação Brasileira, que prevê indenizações por danos morais e outros argumentos a seu favor, até você conseguir provar que está sendo humilhado é difícil. Em geral, o seu “humilhador” é cuidadoso ou “joga” com sua incapacidade de enfrentá-lo.

E também não vem aqui o caso de que Deus julgará, ou outras situações divinas. Não existe uma regra de castigo divino para um humilhador alheio.

O que existe é uma grande guerra não declarada por poder e cobiça, por vontades materiais das mais variadas formas, seja por assaltante na rua dizendo “É um assalto.” seja por um estranho dizendo “Você sabe com quem está falando.” seja por um superior no seu trabalho, dizendo “Eu estou mandando.” 

Estamos sempre sendo vítimas e as vezes o agente humilhador nessa complexa sociedade de classes e desse jogo pelo poder, seja ele do tamanho e da abrangência que for.


Quem sabe as pessoas abandonem essa guerra social e atendam as ideias do Filósofo Boécio (475-525) que dizia: “Riquezas, poder e honra não tem valor, pois podem ir e vir. A felicidade deve vir de algo mais sólido, algo que não pode ser levado embora.”

Foto: Capa da Revista Veja de Junho de 2009.