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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Robin Hood, Mitos e Lendas

De acordo com o site discoverybrasil.com, "...Robin Hood roubava dos ricos para dar aos pobres e vivia com a sua gangue e Maid Marion na Floresta Sherwood, perto de Nottingham." Nesta semana, no dia 31/03 em sua coluna na Rádio Band News de São Paulo, Ruy Castro junto com o Jornalista Ricardo Boechat, comentou que recentes pesquisas de historiadores ingleses apontam que Robin Hood não viveu na época que sua lenda registra, que nunca chegou perto da Floresta Sherwood ou Nottingham, que Maid Marion não teria existido e mais, que roubava dos ricos e dos pobres e dava o produto do roubo para ele mesmo.
A integra dessa coluna pode ser ouvida no endereço: http://www.bandnewsfm.com.br/coluna.asp?ID=72156
Além dessa discussão tem também aqueles que não acreditam na existência do Robin Hood e que seria um personagem criado para protestas contra a repressão da época.
O que importa é que se trata de uma lenda. E como toda lenda ela é passada sem questionamento. No caso do Robin Hood, supondo que de fato ele existiu e que roubava dos ricos para dar aos pobres.
Em primeiro lugar, ser rico implica em ser ou estar pronto para ser roubado? É errado ser rico?
E mais, quais os critérios da época para diferenciar bem o rico do pobre? Quem garante que Robin Hood roubava somente os pobres?
Se hoje com rígidos controles financeiros temos constantes golpes e fraudes financeiras, o que garantia na época que todo produto do roubo dos ricos era totalmente destinado aos pobres? Será que não existia a parcela "não contabilizada"?
Quem controlava a distribuição dos roubos? Havia algum CACEPO - Cadastro Central de Pobres?
Por acaso havia alguma política de benefício ao rico que fazia benfeitorias? Sugestão: "Aos ricos que realizam benfeitorias somente poderá ser roubado o equivalente a 27,5% do seu patrimônio".
E o que acontecia com os ricos que eram roubados até se tornarem pobres? Eles também eram beneficiados pelo novos furtos do Robin Hood?
Quem era o responsável pela recepção de mercadoria roubada, sua armazenagem e distribuição aos pobres? Quem garantia que não haviam desvios?
Do ponto de vista de patrimônio Robin Hood era rico, então se alguém o roubasse, tudo bem?
Aliás é lícito roubar? Por acaso um assaltante hoje solicita sua declaração de renda para avaliar se deve ou não roubá-lo?
Se roubar é algo a ser reprovado como alguém que rouba seja de rico ou de pobre pode ser herói?
Não é interessante como quando estamos diante de uma lenda, simplesmente aceitamos, veneramos, compramos camisetas, visitamos páginas na internet, construímos sites, compramos enfeitinhos e não somos capazes de fazer uma simples reflexão ou um simples questionamento, sobre no que essa lenda se fundamenta.
Quantos falsos heróis nossos pais, professores, educadores, amigos e desconhecidos incluiram em nossas mentes e nós não fizemos uma única pergunta sobre o mérito deles.
Será que somos instruídos para aceitar essas lendas sem questionamentos? Quem se beneficia com essa fábrica de lendas e heróis que só existem no imaginário popular? Será que tudo isso não é um freio a nossa imaginação, a nossa liberdade de expressão e de livre escolha?
O quanto somos escravos de fatos que simplesmente nunca existiram?
E ainda em relação ao Robin Hood, quem ficou com seus bens após a sua morte?
Mitos e lendas podem até servir para a formação cultural e educacional de um ou mais povos, mas certamente possuem um forte fator de condicionamento e de aceitação a todo um sistema de poder e controle sobre um grupo social, uma cidade, um país e até o mundo todo.
Meu desejo é que saibamos diferenciar de uma lenda, o seu lado educativo do seu lado de controle. E que tenhamos conosco os verdadeiros heróis reais ou não, mas que pelo menos tenham suas ações dentro da boa ética e que não prejudiquem ninguém, seja rico ou seja pobre.
Um abraço a todos

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