Seja Bem Vindo

Este blog tem por objetivo expressar opinões, sentimentos, conselhos e emoções, como se estivesse conversando com amigos em um café ou em um descontraído boteco.

domingo, 15 de março de 2009

No Carnaval pode.

Esta semana ocorreu um evento em São Paulo onde ciclistas desfilaram na mais Paulista das avenidas quase sem roupa. A vontade deles era desfilar sem roupa para mostrar o quanto estão desprotegidos quando utilizam a bicicleta como meio de transporte pelas ruas de São Paulo.
A Polícia Militar estava posicionada e vigiliante para que não ocorressem excessos de pouca ou nenhuma roupa. Afinal tirar a roupa em público é atentado ao pudor. Mas, ficar sem roupa desfilando para milhares de pessoas, incluindo senhoras e crianças no Carnaval também não é atentado ao pudor? Qual a diferença entre o desfile dos ciclistas e o desfile do Carnaval? Ambos não são desfiles? É mais ou menos como aquele famoso artigo da Constituição, "todos são iguais perante a lei". Será? O atentado ao pudor está bem tipificado na Lei. Nesse sentido, todos os pelados, ou melhor, peladas, (só mulheres aparecem sem ou com pouca roupa no Carnaval) estariam sujeitos aos rigores da lei. Qual será a magia que faz surgir nos dias do Carnaval uma tolerência tanto das autoridades quanto da sociedade? Tolerência essa, capaz de fazer você, eu e todo mundo abandonar completamente os preconceitos de moralidade. Para o sociólogo Roberto Da Matta em seu livro Carnavais, Malandros e Outros Heróis, no Carnaval todas as diferenças são retiradas. O rico pode virar pobre e este pode virar rei. Enfim no Carvanal você tem a chance de escolher e ser o que quiser. Com isso, você abandona todos os seus preconceitos em especial os morais. Será que estamos errados no Carnaval ou no dia a dia? Não seria melhor vivermos todos os dias como se fossem dias de Carnaval? A resposta eu afirmo: sim seria melhor viver assim. Contudo, nem todos seriam capazes de enteder os limites e excessos seriam inevitáveis. É aí que a Lei entra em ação. Em 361 dias, temos lque seguir inúmeras leis, conceitos, preconceitos, e grandes ditaduras em nossas casas, nossos escritórios, em nossos templos religiosos, no condomínio, na sua rua, em todos o lugares só por um simples motivo: não somos capazes de viver sem todas essas regras, exceto nos 4 dias de Carnaval. Aliás nem os meus queridos e pelados ciclistas são capazes de respeitar as regras que eles estão defendendo em seu manifesto. Eu mesmo, sempre que vou caminhar no Parque Villa Lobos em São Paulo corro riscos de ser atingido por ciclistas, que tem uma regrinha básica: sai da frente...

Nenhum comentário:

Postar um comentário